25 fevereiro 2015

E eu devo ser cubano

Como já referi atrás, o novo primeiro-ministro grego começou por pedir que “os alemães pagassem a crise”. Uma postura próxima da de Alberto João Jardim, mais identificada com reivindicação oportunista, a roçar a chantagem, do que com uma ideologia. João Jardim fez a contabilidade dos recursos naturais que os “cubanos do continente” roubaram da ilha ao longo da história; a Grécia pede um cheque à Alemanha pela guerra de há 70 anos. Qualquer razão é boa para “sacar” dinheiro.

Por outro lado, não entendo as críticas ao alinhamento supostamente pecaminoso de Portugal com a Alemanha. Eu prefiro ver Portugal a funcionar como a Alemanha do que como a Grécia. Ironia à parte, nestes exercícios imaginativos de “deves e haveres”, não se fala muito das “pipas de massa” que nestes últimos 30 anos entraram aqui e na Grécia, em boa parte com origem na Alemanha. Poderão estes pedir a devolução da parte que foi mal empregue e/ou desviada?

Uma coisa é certa, tal como está, não dá! Ou vai cada qual para o seu lado, com as suas contas separadas e a sua soberania, ou, ao pedir cheque atrás de cheque, quem os assina terá uma palavra a dizer na sua utilização: seja a Alemanha ou a “Europa”. Alguma coisa precisa de mudar, mas não será com o descarado e hipócrita Sr Junckers que a tal Europa se afirmará.

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