15 julho 2014

Tem que ser desta

Aparentemente o famoso navio Atlântida será finalmente vendido. Foram oferecidos 13 milhões de euros, um valor largamente inferior aos 46,5 milhões de euros, pelos quais ele deveria ter sido vendido inicialmente e também significativamente inferior a uns 35 milhões que consta terão sido oferecidos em tempos, após a resilição com os Açores. A esta diferença ainda deverão ser somados todos os custos operacionais e financeiros dos anos em que o navio esteve comercialmente encalhado.

Custa-me a crer que um défice de 13% na velocidade máxima fosse razão única para termos chegado a isto. Não entendo como fornecedor e cliente ambos entidades públicas, com obrigação de zelarem um pouco pelo interesse público, não conseguiram acordar algum tipo de compromisso, menos radical. É muito estranho e cheira que há aqui mais nós atados do que os da velocidade.

Não vale a pena pensar em recuperar o leite derramado. Está perdido e está. Pode-se é fazer a conta completa, calcular o custo total desta absurdidade e, já agora, por favor, apurar responsabilidades. Não posso acreditar que o país não tenha organismos e enquadramento jurídico para lidar com esta delapidação de dinheiro público. Tem que existir e quem é responsável por essa iniciativa deve assumi-la. Se não o fizer, vai dar a ideia de ter alguma conivência. Por isso, por favor, esclarecem isto e com celeridade. Como cidadão, a minha contribuição involuntária para este prejuízo dá-me o direito de exigir apuramento de responsabilidades ao Estado Português.

Sem comentários: