Como costumo dizer, para mim existem dois tipos de actividades económicas: umas têm no fim da linha um consumidor e outras têm um contribuinte. Nas primeiras prima a excelência operacional, a criatividade e inovação e o sistema de valores baseia-se no mérito. Nas segundas, o fundamental é o relacionamento, as fidelidades inquestionáveis e a agenda de contactos. Não é muito relevante fazer mal ou bem, dado que, se necessário for, haverá sempre alguém a quem telefonar que arranjará uma solução.
O caso recente do grupo Espírito Santo parece ser uma situação de uma agenda de contactos riquíssima que empobreceu e já não resolve. Do que se conhece, é evidente uma enorme e pouco higiénica proximidade e promiscuidade entre o grupo e o poder, que administra o dinheiro dos contribuintes. Poucos dossiers públicos polémicos (e não polémicos, certamente) haverá que não tiveram a marca e o contributo do grupo.
O que penso assistir-se neste momento é que uma série de coisas mal feitas, deixaram de ter a habitual compensação/resolução pelo oportuno telefonema ao contacto poderoso. Esse poder, que no fundo não mais era do que a apropriação dos fundos do contribuinte, já não resolve.
O previsível colapso que se anuncia terá largas e certamente graves consequências. Nem todos os envolvidos no sistema financeiro são bandidos sem escrúpulos a abater. Há empresas e outros actores que gerem valor real e palpável, que poderão entrar em sérias dificuldades. Sendo isso inevitável, a minha única esperança é que saia fortalecido, pelo menos em termos relativos, um sistema de valores em que a riqueza é criada e não usurpada.
O caso recente do grupo Espírito Santo parece ser uma situação de uma agenda de contactos riquíssima que empobreceu e já não resolve. Do que se conhece, é evidente uma enorme e pouco higiénica proximidade e promiscuidade entre o grupo e o poder, que administra o dinheiro dos contribuintes. Poucos dossiers públicos polémicos (e não polémicos, certamente) haverá que não tiveram a marca e o contributo do grupo.
O que penso assistir-se neste momento é que uma série de coisas mal feitas, deixaram de ter a habitual compensação/resolução pelo oportuno telefonema ao contacto poderoso. Esse poder, que no fundo não mais era do que a apropriação dos fundos do contribuinte, já não resolve.
O previsível colapso que se anuncia terá largas e certamente graves consequências. Nem todos os envolvidos no sistema financeiro são bandidos sem escrúpulos a abater. Há empresas e outros actores que gerem valor real e palpável, que poderão entrar em sérias dificuldades. Sendo isso inevitável, a minha única esperança é que saia fortalecido, pelo menos em termos relativos, um sistema de valores em que a riqueza é criada e não usurpada.
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