01 julho 2014

A crise é uma festa?

Exagero um pouco no título… Uma notícia dizia que em Portugal haveria mais de 100 festivais de música em 2014. Não serão todos da escala do Rock in Rio, mas, mesmo assim, é muita festa. É certo que os hábitos de consumo musicais são diferentes. A nova geração desabituou-se de pagar pela música que ouve no dia-a-dia e diz-se que é nos espectáculos ao vivo que agora se faz a receita.

Isto evidencia uma costela (ou várias) jurássica da minha parte. A minha biblioteca “ripada” tem mais de 9000 temas e desses apenas 13, 1 álbum, foi descarregado à pirata, não por mim, aliás. Os outros todos foram comprados e pagos, e outro tanto está lá em casa, num móvel de gavetas derreadas, ainda por ripar.

A minha interrogação é: como dentro desta crise toda em que para tantos não há dinheiro para alimentação saudável, para livros, para estudar e outras coisa mais, supostamente prioritárias, continue a existir um mercado de entretenimento desta dimensão? Que prioridades estão em jogo, o que fica para trás, preterido por um festival de verão?

Voltando à parte jurássica… no meu tempo… havia um único festival de verão. Chamava-se “Festa do Avante”. Eu e muitos íamos lá apenas só pela música. Fugíamos quando chegava a parte dos discursos…

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