Tenho uma teoria segundo a qual as empresas e as entidades económicas em geral se dividem em dois grupos Há aquelas para as quais no final da linha está um consumidor e as outras em que está um contribuinte. Para lá de várias diferenças de valores e cultura, há um ponto claro: ao produzir por 120 algo que apenas se consegue vender por 100, as primeiras têm que mudar ou morrem, as segundas esperam que o contribuinte, directa ou indirectamente, as compensem.
Os estaleiros navais de Viana de Castelo (ENVC) são claramente uma empresa do segundo grupo. Basta olhar para os resultados dos últimos anos: o que gastaram versus o que produziram para evidenciar o descalabro. Mesmo uma boa parte do que produziram foi contratado em condições não concorrenciais, e já sem sequer referir a famosa história do navio para os Açores rejeitado pelo comprador e estranhamente sem responsabilização nenhuma.
Face à esta gestão pública calamitosa, a manutenção da actividade passava por reivindicar, e em devido tempo, uma privatização da empresa, com regras e responsabilidades claras. Se os 600 trabalhadores não se pagam e se a contribuição do contribuinte fechou, só havia duas saídas: mudar ou fechar. Os trabalhadores e todos os que lutaram pela manutenção da situação existente estiveram a defender o insustentável que, naturalmente, mais tarde ou mais cedo iria estourar. O facto de o processo de concessão implicar o despedimento prévio de todos os trabalhadores dos ENVC traz-me uma surpresa e um espanto. A surpresa é que o regulamento do concurso não tenha incluído nenhuma cláusula de retoma do quadro do pessoal existente, mesmo que parcial; o espanto é que só se descubra isso agora: foi escondido pelo governo ou não foi analisado no devido tempo pelos que agora se manifestam surpreendidos? Apenas mais um episódio fora de tempo neste processo pleno de desencontros com a realidade.
Já agora, o custo das rescisões não deve ser comparado com a renda da concessão, mas sim com o valor que o contribuinte lá teria que continuar a colocar ao manter-se este “faz de conta”
Os estaleiros navais de Viana de Castelo (ENVC) são claramente uma empresa do segundo grupo. Basta olhar para os resultados dos últimos anos: o que gastaram versus o que produziram para evidenciar o descalabro. Mesmo uma boa parte do que produziram foi contratado em condições não concorrenciais, e já sem sequer referir a famosa história do navio para os Açores rejeitado pelo comprador e estranhamente sem responsabilização nenhuma.
Face à esta gestão pública calamitosa, a manutenção da actividade passava por reivindicar, e em devido tempo, uma privatização da empresa, com regras e responsabilidades claras. Se os 600 trabalhadores não se pagam e se a contribuição do contribuinte fechou, só havia duas saídas: mudar ou fechar. Os trabalhadores e todos os que lutaram pela manutenção da situação existente estiveram a defender o insustentável que, naturalmente, mais tarde ou mais cedo iria estourar. O facto de o processo de concessão implicar o despedimento prévio de todos os trabalhadores dos ENVC traz-me uma surpresa e um espanto. A surpresa é que o regulamento do concurso não tenha incluído nenhuma cláusula de retoma do quadro do pessoal existente, mesmo que parcial; o espanto é que só se descubra isso agora: foi escondido pelo governo ou não foi analisado no devido tempo pelos que agora se manifestam surpreendidos? Apenas mais um episódio fora de tempo neste processo pleno de desencontros com a realidade.
Já agora, o custo das rescisões não deve ser comparado com a renda da concessão, mas sim com o valor que o contribuinte lá teria que continuar a colocar ao manter-se este “faz de conta”
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