21 agosto 2012

Nem tudo é mau


Comecemos pelo mau. A atleta acima à esquerda, Habiba Ghribi, é Tunisina e foi a primeira mulher do país a ganhar uma medalha olímpica, neste caso a prata nos 3000m obstáculos. Grande polémica no país, nomeadamente por mostrar o umbigo. Acho muito bem que protestem, que o digam e que o assumam para se ficar a saber quem são e o que são. Na Tunísia livre e democrática está a ser preparada uma nova constituição que dá à mulher um estatuto de “complementaridade” face ao homem. O ditador Bourguiga deve andar às voltas no túmulo. No mesmo país umas “brigadas” salafistas resolveram ser polícias, e violentos, dos ataques ao sagrado, perante alguma moleza das autoridades. Atacar e destruir obras de arte de uma exposição “moderna”, como aconteceu em Cartago em Junho passado, em que algumas tinham algum carácter provocador, é muito condenável mas mais ou menos previsível. Mais recentemente impediram a actuação de um grupo musical iraniano, por considerarem um “atentado ao sagrado” eles serem muçulmanos…. mas chiitas !! Fica claro quem está a alimentar este fogo.

Passemos ao bom. No norte do Mali controlado por islamitas, onde um casal foi morto por apedrejamento por terem filhos sem estarem casados, estava previsto o decepar em público a mão de um ladrão. Não aconteceu porque a população se mobilizou e o impediu. Podem tê-la cortado em privado mas o facto de a execução pública da sentença ter sido anulada é fantástico de significado. Em cima à esquerda está Rita Jahanforuz, provavelmente a cantora israelita actualmente mais popular e que … nasceu no Irão. No seu trabalho não renega as raízes e inclusive canta versões de temas tradicionais persas, como este. É adorada pelas pessoas dos dois países que se odeiam.

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