06 agosto 2012

"Acabei em sofrimento..."

Foram as últimas palavras de Dulce Félix ao comentar a sua participação na Maratona Olímpica, terminada em 21º lugar e que a imagem picada na net ilustra eloquentemente. Não tivemos medalha, mas 3 atletas nos primeiros 21 lugares não é de forma nenhuma um mau desempenho.

Há algo curioso aqui. O panorama dos países participantes em atletismo de fundo é completamente diferente, por exemplo, da natação. Aparecem poucos países ricos, proporcionalmente muito poucos. Nesta maratona, nos 25 primeiros lugares há :

Com 3 atletas: Quénia e Portugal;

Com 2 atletas: Etiópia, Rússia, China, USA, e Japão;

Com 1 atleta: Ucrânia, Itália, Namíbia, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia Suécia, Holanda e Peru.

E com algumas “importações” … a Alemã nasceu no Cazaquistão, a Sueca e a Holandesa nasceram no Quénia. Porque será que nestas modalidades, que não são de forma alguma “menores” em termos de importância e significado, há poucos “ricos”? Porque os meios necessários, um par de sapatilhas e espaço, são de mais fácil acesso do que uma piscina? Isso explicaria a fraca representatividade de países “pobres” na natação, mas não a ausência dos ricos no atletismo de fundo. Porque os pobres têm mais capacidade para aguentar o sofrimento prolongadamente? E será que falta alguma coisa aos “pobres”, para lá das piscinas, para serem campeões de natação? Não sei, mas alguma coisa há-de haver…

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