27 maio 2010

Refém

Por azar ou desatenção fiquei ontem preso, e pela segunda vez, num “protesto” pela introdução das portagens nas scuts. Se ficar preso num engarrafamento é desesperante, quando se sabe que é voluntariamente provocado, a raiva dispara. Não está em causa o nível de pertinência do protesto. Também não está em análise a sua eficácia. Se bem que imagino que, confortavelmente instalado num gabinete de Lisboa ou num hotel de Nova Iorque, quem tem poder decisão sobre o assunto não terá ficado muito impressionado ou sensibilizado com o espectáculo.

O que está em causa é com que direito num estado de direito, uma iniciativa destas pode fazer refém uma multidão provocando prejuízos de vária ordem. Não seria possível fazer um protesto visível, fundamentado e não primário como este? Aliás, é semelhante às greves de alguns sectores públicos, cuja “força” reside precisamente na capacidade de incomodar vulgares cidadãos.

Não, decididamente não. Um estado de direito não deve funcionar assim. Quem pretender pode protestar da forma como entender mais adequada mas sem tomada de reféns. Isso é próprio de terroristas.

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