No dia 25 de Dezembro de 2005 passarão 28 anos sobre a morte do Grande Chaplin. Eu acho que Charlot deveria ser considerado património cultural da humanidade. Em qualquer época, em qualquer lugar deste mundo, aquele vagabundo é entendido e adorado. Sobretudo por quem tiver olhos e coração abertos, como as crianças. O pobre frágil e ágil, vencendo o bruto poderoso e tosco e, ainda por cima, ganhando no fim a menina bonita, é receita certa. Talvez por isso alguns intelectuais o achem sentimentalão e lamechas. Isso só pode, no entanto, vir de quem está distraído ou nauseado consigo próprio.
Uma leitura atenta dos filmes e, já agora, da sua biografia, permite ver muito mais. Charlot tem fome. Charlot luta pela comida, luta pela sobrevivência, obstinadamente. A comida tem uma presença quase obsessiva na sua obra. No topo está, naturalmente, a fabulosa cena da bota na “Quimera do Ouro.”
A mesma “Quimera do Ouro” produzida pela sua United Artists, frágil e ágil contra todo o poder das grandes produtoras apostadas em o ver falhar. E um dos filmes mais belos que eu já vi.
De novo a partir da “Quimera”, a dimensão coreográfica da deslumbrante dança dos pãezinhos. Mas não só. O movimento de Charlot em cena é muitas vezes pura e simplesmente um bailado.
Para os distraídos, Charles Chaplin, já sem Charlot, sem máscara, deixa em dois dos filmes finais uma nota explicativa da sua obra: “Luzes da Ribalta” e “Um Rei em Nova Iorque”. No primeiro está lá a dança explícita, a fugaz fronteira entre o sorriso e o esgar e a tenacidade da sobrevivência sem renuncia da beleza. No segundo, da mesma forma como o vagabundo batia no bruto sem piedade, Chaplin bate com elegância mas sem piedade numa América hipócrita e oca que o tinha envolvido na caça às bruxas por “actividades anti-americanas”.
Quem ainda o achar sentimentalão e lamechas, só pode estar mesmo muito distraído. Charlot é, de facto, com ou sem formalismo, património cultural da humanidade.
Uma leitura atenta dos filmes e, já agora, da sua biografia, permite ver muito mais. Charlot tem fome. Charlot luta pela comida, luta pela sobrevivência, obstinadamente. A comida tem uma presença quase obsessiva na sua obra. No topo está, naturalmente, a fabulosa cena da bota na “Quimera do Ouro.”
A mesma “Quimera do Ouro” produzida pela sua United Artists, frágil e ágil contra todo o poder das grandes produtoras apostadas em o ver falhar. E um dos filmes mais belos que eu já vi.
De novo a partir da “Quimera”, a dimensão coreográfica da deslumbrante dança dos pãezinhos. Mas não só. O movimento de Charlot em cena é muitas vezes pura e simplesmente um bailado.
Para os distraídos, Charles Chaplin, já sem Charlot, sem máscara, deixa em dois dos filmes finais uma nota explicativa da sua obra: “Luzes da Ribalta” e “Um Rei em Nova Iorque”. No primeiro está lá a dança explícita, a fugaz fronteira entre o sorriso e o esgar e a tenacidade da sobrevivência sem renuncia da beleza. No segundo, da mesma forma como o vagabundo batia no bruto sem piedade, Chaplin bate com elegância mas sem piedade numa América hipócrita e oca que o tinha envolvido na caça às bruxas por “actividades anti-americanas”.
Quem ainda o achar sentimentalão e lamechas, só pode estar mesmo muito distraído. Charlot é, de facto, com ou sem formalismo, património cultural da humanidade.
2 comentários:
charles o pedófilo!
está na moda sem dúvida!
Dos dois últimos, apenas vi o “Luzes da Ribalta”... E toca!
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