22 novembro 2005

E ainda sobre mudar a justiça

Soube que o meu texto sobre a necessidade das mudanças na justiça, publicado como Carta ao Director do Jornal Público de 3/11, foi discutido numa aula de um curso de direito.

Pelos ecos que me chegaram, a mensagem do professor foi:
“É normal quando as pessoas não estão dentro dos assuntos criticarem sem conhecimento de causa”. “Só se pode falar com autoridade quando se conhece a fundo o tema” e, pelos vistos, da justiça só conhece quem está lá dentro. Conclusão: o texto deve ser ignorado.

Ora bem, eu não conheço, nem quero conhecer, como funciona a Justiça. Não apontei causas nem sugeri remédios. Não sei, nem quero saber, se o problema está no ministro da Justiça ou no porteiro do tribunal. Limitei-me a constatar como cidadão que há ineficiências graves. E que, como em tudo, o primeiro passo para mudar o que está mal, é reconhecer que está mal e que pode melhorar. Encolher os ombros e resignar, não é aceitável. Mas, ao que parece, vozes de burro não chegam ao céu….

3 comentários:

Anónimo disse...

..."e ainda sobre a justiça" , belo tema de discução,tema este que suscita alguma impaciência da tua parte,pena é que n tenhas apontado as causas nem os remédios, tal como disseste "Não apontei causas nem sugeri remédios" ja te disse mais do que uma vez,que,para fazermos uma critica,seja ela sobre o que for, devemos conhecer as causas e inclusive ter os remedios, so assim teremos autoridade para criticar.É muito facil dizer que está mal, mas n ter a responsabilidade de dar uma resolução ao assunto.Sendo assim, de que nos vale criticar se n temos soluções?Apenas para apontar o dedo ao que ja sabemos que está mal? Não sr engº, n precisamos de criticas, mas sim de soluções para os ditos problemas.:oP

Patrícia
(estudante de direito)

Carlos Sampaio disse...

Patrícia

Continuo a achar que a mim, como simples cidadão, não me compete fazer diagnósticos nem definir soluções para tudo. Para “palpites de especialistas” já basta a legião que cá temos a propor soluções para o futuro do aeroporto de Lisboa (http://glosa-crua.blogspot.com/2005/08/e-ota.html).

Agora, reconhecer que está mal, isso posso e devo fazer, seja relativamente à justiça, ao ensino ou à saúde. Exagerando, se eu for operado para extrair um quisto e, por erro, me amputarem um dedo, eu não vou querer saber porque aconteceu, nem sugerir o que hospital deve/devia ter feito para que isso não acontecesse. Há gente paga para isso e a quem eu pago directa ou indirectamente. Limito-me a afirmar que é inaceitável e ponto.

Exigir que a justiça funcione melhor é um direito dos cidadãos. E,para mudar, a primeira coisa, fundamental, é a atitude. E, por isso, digo e repito: Ou mudam (a começar pela atitude…) ou têm que ser mudados.

Anónimo disse...

Continuo a dizer que para falarmos, temos que conhecer o assunto do qual falamos, n podemos apontar o dedo apenas porque sabemos que está a funcionar mal, temos tambem o dever de apresentar as soluções.E tu Carlos, como cidadão tens todo o direito e obrigação de constatar seja o que for, mas isso só n chega,tens que saber de onde vêm os problemas e como poder resolve-los,n chega dizer que esta mal, isso ja todos nos sabemos, o que n sabemos é como resolver e isso é que agradecemos que seja falado, as soluções para os problemas.Tal como o meu Professor disse, "so podemos falar qd conhecemos" e eu ofereço-me desde já para tentar explicar-te como funciona este mundo da justiça. eheh

Beijinho
Paty