Em 2001 António Guterres atirava a toalha ao chão, demitindo-se para evitar “um pântano político, que minaria as relações de confiança entre governantes e governados”.
Nos tempos atuais vivemos também uma quebra nas relações de
confiança e uma incapacidade de o PS efetivamente governar, mas para pior. Já
passamos de uma sucessão de casos e casinhos para um contínuo de tricas,
truques e rasteiras palacianos, sem ética nem princípios, sem seriedade nem
integridade.
À incapacidade de dotar o governo de gente capaz, com um
mínimo de experiência de vida, visão e dedicação à causa pública, o PM resolveu
mergulhar no pântano, esperando que o PR o tirasse de lá, podendo sempre fingir
que para ele estava tudo bem e que se de lá foi içado, terá sido até contra a
sua vontade.
Não foi essa a opção do PR, que resolveu deixar o Governo
continuar a enterrar-se no pântano. Se este já tinha dificuldade em se
coordenar e atuar, a partir de agora vai ser pior. Pode ser uma espécie de “merecido
castigo”, mas no final o maior prejuízo será para todo o país.
Ao embuste inicial do consulado Costa, com o “virar da
página da austeridade” e a “culpa pela troika ser do Passos”, está agora a
tentar vender-nos uma “normalidade formal”, absolutamente “anormal nos
princípios” e trágica para a futura cultura política e práticas governativas. Que
na próxima consulta popular haja discernimento.
2 comentários:
Esse é o problema. Está na hora de apontar soluções.
Tenho para mim que enquanto os deputados forem nomeados e representarem os partidos, sendo fiéis vozes dos seus donos, nada de novo acontecerá.
Sou adepto de círculos uninominais a uma volta, sem suplentes, como se faz na Inglaterra há centenas de anos.
Lá, cada eleitor tem o seu membro do parlamento e cada MP representa todos os eleitores do seu círculo, e não apenas os do seu partido.
Sem dúvida. Pode haver algum individualismo em excesso, mas haveria mais responsabilização e melhor nível. Atualmente uma boa parte está lá apenas como ovelha em rebanho...
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