Antes de o 25 de Abril evoluir para tema polémico, com tentativas de ser tomado como refém pela polarização aguda que nos andam a impingir, a data era consensual. O dia mesmo, foi um dia fundamentalmente de esperança, algumas dúvidas e de inquietação certamente, mas, para a larga maioria da população, foi sobretudo de confiança. Foi visto como uma oportunidade para o país evoluir para melhor, sendo esse “melhor” bastante consensual também.
Queria-se um país livre e aberto ao mundo, justo e
proporcionando melhores condições de vida em todas as dimensões. Como não há
omeletes sem ovos, também não há riqueza para distribuir sem ela ser criada. E
aqui terá estado talvez o maior falha das últimas décadas. À imagem do passado
ouro do Brasil, foram os fundos de Bruxelas que nos mantiveram à tona, mas sem,
contudo, evitar três bancarrotas.
Quando ouvimos o que é notícia por estes dias, a tristeza e
desilusão são enormes. Não é por este caminho que vamos sair da cepa torta; nem
pela natureza do que se discute, nem pela forma. Os atores atuais estão falidos
de ideias, credibilidade e capacidade de liderar.
O 25 de abril é dia de repensar em esperança, mas ativamente
e criticamente. Não precisamos de nova revolução e mudança de regime.
Necessitamos de mudança de lideranças. As atuais não servem.
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