E inquestionável a importância do turismo na recuperação de
centros históricos e na revitalização de espaços rurais. Tem sido fundamental a
sua contribuição na nossa economia. Após o desastre nas contas públicas que nos
trouxe a famigerada intervenção da troika, o sol, o património cultural, as
paisagens e a gastronomia já cá estavam. Não foi necessário muito criar para
tirar partido desse potencial.
Não podemos, no entanto, ficar parados, contentes com o
contentamento de quem cá vem sentar-se em esplanadas, dar umas volinhtas em
tuk-tuk e provar pasteis de nata. Não podemos porque uma boa parte do emprego
associado a essa economia é de baixo valor acrescentado e não corresponde ao
modelo social com o qual nos pretendemos justamente identificar e a que muitos portugueses
legitimamente aspiram.
Sim, é bom existir este contributo, não vamos matar a
galinha dos ovos de ouro, pessimamente estaríamos se não existisse. Só que não
deveria ser motivo de enorme contentamento termos uma economia “excelente”
(?!), à custa de legiões de licenciados condutores de tuk-tuks e servidores de pasteis
de natas. Algo de mais sério e consistente é necessário, a sério. E não é com
um Estado voraz a apropriar-se de tudo o que pode, para depois pseudo magnanimamente
distribuir que lá vamos.
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