Da mesma forma como alguns se apresentam em cerimónias públicas com as lapelas pejadas de medalhas que de objetivo dizem pouco, mas que darão uma suposta imagem de honorabilidade, também há quem adjetive expressões para aumentar o impacto percecionado, quando na prática…
Uma delas é a da ética dita republicana. De que serve, nos
dias de hoje, acrescentar este qualificativo? Serve para dizer que há uma ética
“boa” e “nossa”, que “nós”, os tais “republicanos”, superiormente conhecemos e
definimos? Portanto, o Reino Unido, coitado, tem uma séria e inultrapassável
carência nesse campo.
Por vezes ainda se invoca o “laico” a seguir ao
“republicano”. No contexto em que vivemos presumir que uma conceção laica da
sociedade e da política é uma especificidade, nem ao Menino Jesus lembraria!
Recuando um século, aos tempos da primeira República, aí
podemos efetivamente reconhecer que “republicano e laico” era um “santo e
senha” com um significado muito claro e concreto, distintivo, exclusivo… e
abusivo. Esses tempos tiveram aspetos positivos, mas a instabilidade,
sectarismo e violência foram demasiados para se poder sentir nostalgia e alguma
simpatia romântica por um período revolucionário, incompetente e brutal, muito
especialmente se se acrescentar a palavra “ética” à invocação.
Portanto, preocupem-se e assumam a ética, aquela que toda a
gente sabe o que é, sem particularização nem senhorios. Já, agora, estamos
prestes a ver um século da instauração do Estado Novo, que não foi simplesmente
uns malvados terem-se aproveitado de um povo distraído, foram também ajudados
por muito povo estar farto dessas “éticas” diferenciadas. Seria bom que a
história não se repetisse…
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