18 janeiro 2023

Perguntar não ofende


É sempre bom existir uma abordagem sistemática e estruturada a questões complexas e delicadas. Daí que o famoso questionário de 36 perguntas aos potenciais (candidatos?!) ministros e secretários de Estado é, por princípio, positivo. Indo aos detalhes. Antes deste questionário não havia escrutínio a nenhuma destas questões, começamos assim do zero? Por exemplo:” Tem a situação fiscal regularizada junto da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)?”

A seguir, faltam certamente muitas questões para validar a idoneidade do individuo, esta não se esgota em questionário e mesmo a pergunta genérica final, 36, é simplesmente respondida pelo próprio na sua melhor boa intenção e critério. Sobre o escrutínio das respostas, a tentativa, negada, de envolver a PGR e o TC é bem representativa da tática. Chutar a bola para o lado e corresponsabilizar terceiros. Triste e covarde.

Ao mesmo tempo em que este questionário era cozinhado, ouvimos Ana Catarina Mendes, figura de proa do partido e do governo, dizer sobre uma das figuras que o provocou: "Gratidão por todo o trabalho que ao longo dos anos o Miguel Alves fez nesta federação. Ser socialista é isto mesmo: é sermos solidários, é não nos esquecermos daquilo que cada um de nós consegue dar, de si, à causa pública. O Miguel deu muito de si à causa pública". Enfim, tudo muitíssimo credível!

Posso sugerir a questão 37? “Esteve envolvido ou tem conhecimento de alguma ação de financiamento ilegal de partido político?” … Perguntar não ofende!

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