27 maio 2022

Os judeus não reconhecem a nação? (II)


Continuação de Acusar

Quando se fala em antissemitismo e perseguição aos judeus na Europa é impossível não referir a Alemanha nazi. Este “nazi” vem de nacional + socialista. Sendo óbvio que de socialista o partido de Hitler teve pouco, a associação das duas palavras é algo incoerente. Apesar do aspeto comum da prevalência do poder do Estado, o socialismo é internacionalista e Hitler nunca pretendeu ser um pai de todos os povos; a ideia era mais “Alemanha acima de tudo e todos”. 

Penso que o caráter “menos nacionalista” e até um pouco “supra nacionalista” dos judeus é uma das razões que os tornam inimigos de estimação, especialmente para poderes autoritários que buscam uma homogeneidade cultural e religiosa entre os seus súbditos. Uma das acusações recorrentes contra os judeus é precisamente a de fazerem parte de uma conspiração internacional... estando implícita a insinuação de não reconhecerem completamente as autoridades nacionais.

Há alguns séculos os judeus foram expulsos de Espanha quase em simultâneo com o processo de unificação de Castela e Aragão, pelos oportunamente designados Reis católicos. Curiosamente em Portugal, nação mais consolidada, o processo equivalente surgiu como uma imposição dos vizinhos ibéricos e não por uma necessidade sentida internamente.

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