21 maio 2018

O consenso que falta?


É consensual que a Líbia sem Khadafi ficou e permanecerá durante bastante tempo ingovernável. É consensual que o Iraque sem Saddam Hussei ficou ingovernável e veremos até quando. É consensual que Bachar Al Assad na Síria está muito longe de cumprir os mínimos em termos de respeito pelos direitos humanos e é também consensual que, caindo, iremos ter outro país ingovernável. Só para compor um pouco mais, e sem encerrar o tema, podemos acrescentar a este ramalhete Mohamed Abdelaziz da Mauritânia e Omar al-Bachir do Sudão.

Podemos recordar o consenso de que a colonização não é alternativa, não era justificável nem aceitável, apesar de… apesar do pequeno detalhe que as pessoas (não as ideias), as Pessoas, Homem, Mulheres e Crianças de muitos países viveriam hoje melhor, com mais qualidade de vida, edução e cuidados em geral sob um regime colonial do que no seu atual. Falo das Pessoas, não das Ideias.

No meio de tanto consenso fica, portanto, uma questão em aberto: como pode ser? Se decapitar o ditador não resolve, se não é aceitável deixá-lo ficar a praticar barbaridades, se a administração por terceiros não é correta, qual a solução que permita viver Dignamente as Pessoas?

Dizem que é a democracia. Pelo princípio sim, mas na prática não chega registar partidos e contar votos, enquanto não houver consistência cívica suficiente. Como se chega lá: com tempo, esforço, sensibilização, responsabilização, coisas que não estão ao alcance de um ditador nem de uma democracia imberbe. E mais não digo…

Sem comentários: