24 abril 2017

Utopias por aí


O resultado da primeira volta das presidenciais, mostra 4 candidatos utópicos, cada qual à sua maneira, e não muito. Estão todos bastante próximos dos 20%, mais coisa, menos coisa.

Macron – Do mal o menos, para já. O futuro o dirá. Recordam-se do entusiamo com a eleição de F. Hollande em 2012? Que abria uma nova via, que marcaria uma diferença, que ia liderar uma Europa mais solidária, humana e patáti-patatá? O resultado foi tão espetacularmente deprimente que, coisa rara, nem se apresentou à reeleição. Hollande tinha o enorme aparelho do PSF por trás, Macron praticamente nem partido tem.

Le Pen – O fato de tratar alguns bois pelos nomes não é suficiente para ignorar algumas dimensões perigosas do seu programa, especialmente nas questões europeias. Como dizem os franceses, não se deve deixar a criança ir junto com a água do banho; questionar o projeto europeu não deveria implicar destrui-lo. Dizem que apela a uma utopia, a do regresso a um passado que na prática nunca existiu. Para muitos é uma utopia simpática.

Fillon – Apelando à utopia de um partido tradicional do poder ser honesto e coerente, ainda por cima ele próprio com telhados de vidro bem escacados (depois, os populistas é que não são sérios).

Mélenchon – Dizem que quer uma Europa mais “solidária”. Os coitadinhos do Sul estenderem a mão aos alemães, ainda vá que não vá… agora a França? Perturbador, e muito, é a admiração do senhor pelas revoluções bolivarianas dos Chavez e companhia. É que essas já está provado não serem utopia – são um pesadelo bem real. Quase 20% dos eleitores entusiasmarem-se com esta patética “França Insubmissa” assusta. Nota: O senhor não deu recomendação de voto para a segunda volta… (ao menos podia ter-se inspirado no Cunhal). Algum paralelismo com Corbyn e o Brexit? Esperemos que só nas aparências.

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