06 março 2016

Agora dói mais

Na mesma semana ouvimos a exoneração do presidente do CCB e o anúncio da substituição das administrações dos portos por pessoas da “confiança” dos ministros da respetiva tutela. Não se trata de nenhuma inovação. A alternância dos boys nos jobs não é de hoje nem de ontem e, infelizmente, não parece ir acabar amanhã.

No entanto, desta vez, estas notícias doem mais e já não se conseguem encarar com aquela ironia condescendente. Por um lado há a forma, nomeadamente no caso do CCB do enorme descaramento do ministro e da sua gestão mediática do processo; por outro lado estamos (estávamos?) a sair de um período que doeu muito a muita gente e que deveria ter servido para aprender.

Entre outras coisas, deveríamos ter aprendido que a escolha dos gestores das entidades públicas deveria ter em conta a competência e não a cor do cartão partidário. Para além dos custos diretos e indiretos dessa alternância, resulta que excelentes profissionais mas sem cartão, talvez a larga maioria, dificilmente serão gestores públicos.

Dói também ouvir todas estas reversões compulsivas que, por mais que os arautos oficiais proclamem as suas virtudes, não se conseguem entender. Lembram o “Quem não tem mais que fazer, deita a casa abaixo e torna a erguer”. E nós temos muito que fazer sem precisarmos de entrar nessa sanha demolidora.

A verdadeira melhoria das condições de vida da população só se consegue com crescimento, gerando mais riqueza. Todos de acordo. Como se cresce? Não creio que seja com mais feriados com os STCP geridos por autarquias, nem com greves na TAP medidas em prejuízos de dezenas de milhões de euros. Não creio nisso, mas tenho a certeza de uma coisa: crescimento só com gente competente!

4 comentários:

josedemelo disse...

Penso que este comentário aparece cedo.Deixemos passar pelo menos um ano.Isto não inválida que esteja de acordo com MT.aqui dito.

Carlos Sampaio disse...

Melo,
Este problema não é infelizmente de ontem nem vai mudar... aparentemente pelo contrário
E sem gente competente não há saída

CS

Anónimo disse...

Para não falar dos 18 assessores, que João Soares nomeou para o seu gabinete (Ver Diário da Republica). Assim vamos lá?

Carlos Sampaio disse...

Não sei se 18 é pouco ou muito face ao "habitual"...
A questão, para mim, é que estes tempos (de direita ou de esquerda), face ao que passamos, deveriam ser diferentes.