22 setembro 2015

Duas quedas

A imagem aqui ao lado mostra o Sr Harald Krueger, CEO da BMW desde há pouco, quando teve um clique e caiu redondo no chão, na semana passada, ao fazer uma apresentação na feira automóvel de Frankfurt. Não tinha razões para cair, para lá do eventual nervosismo e stress. A BMW está muito bem e a melhorar. Ele parece ser uma pessoa cordial e respeitada, não um líder autoritário promovendo o culto da personalidade. Caiu por ser humano. Apesar de toda a tecnologia ali à volta, e da qual a marca depende, ela depende também de pessoas que não são máquinas.

No final da semana houve outra queda na indústria automóvel alemã e muito mais grave. Descobriu-se, e a marca reconheceu, que a VW aldrabava os testes de emissões dos seus diesel nos EUA. O veículo detetava quando estava a ser testado em laboratório, automaticamente reduzia performance e emissões e depois, em utilização normal, as emissões disparavam. Isto é muito feito. Fazê-lo a mais de 400 000 clientes e enganando uma agência governamental nos EUA vai sair muito caro. Como poderia ser previsível os motores “kitados” não foram apenas os destinados aos EUA. Diz agora a marca serem 11 milhões… ! Para lá do custo direto há um enorme rombo na imagem. A imagem da indústria automóvel alemã e da VW em particular, baseada no rigor e com muita enfâse nas preocupações ambientais leva um arranhão que a há-de enferrujar por uns bons tempos.

Que raio de cultura é esta? Se têm a coragem e o desplante de fazer isto mesmo aos poderosos, que se pode esperar do resto?

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