17 agosto 2015

FMI, FMI…

Desde o início que não entendo a participação do FMI nos resgates dentro da zona euro. É um pouco vergonhoso que a Europa e o Euro tenham tido necessidade de recorrer a essa instituição financeira. O argumento da sua experiência técnica vale pouco, dado os países em resgate não possuírem moeda própria. Um caso anterior, algo análogo, na Argentina, agarrando o peso ao dólar, foi um desastre. De uma coisa não tenho duvidas: se em 2010, em vez da Grécia, estivesse em causa, por exemplo, a França, mais depressa De Gaulle se levantaria do túmulo do que o FMI entrava lá…!

Agora, para a Grécia “take 3”, o FMI diz não entrar sem haver inicialmente uma restruturação da dívida, dado considerar que o país não tem capacidade para a reembolsar e, por isso, não pode emprestar ainda mais. Fico confuso. Então o FMI não é credor da Grécia? Só empresta mais se ele próprio aceitar um calote?!? Ou acha o FMI que que o calote deve ser apenas na parte dos outros credores? Espertos…! Por outro lado, se a função do FMI é precisamente intervir e tutelar os casos complicados, estará a Grécia assim tão mal, pior do que, por exemplo, o Mali?

Uma coisa eu entendo. Numa situação de crise alguém tem que liderar claramente e forte e feito, se necessário. Ou o FMI, ou a Europa. Este folhetim em que o menino doente se recusa a tomar medicação, face a uma troika de médicos, cada qual com o seu ponto de vista, em permanente negociação e busca de consensos, é imbróglio pela certa, como se constata.

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