Terminaram as festas da Sra da Agonia deste ano em Viana do Castelo, marcadas pela chuva e não só. Uma manifestação popular desta dimensão é e deve ser feita principalmente pelo povo. É absolutamente impossível e irrealista presumir que possa ser organizada da mesma forma como se produz um simples concerto musical. Dentro do orçamento para a sua realização uma parte significativa e largamente maioritária do contributo deve vir das “vontades” do povo, que até são gratuitas.
Parece, no entanto, não ser essa a tendência recente, dado o desenvolvimento de uma tutela pela autarquia, excessiva aos olhos de muitos. Particularmente polémica este ano foi a burocratização do Desfile da Mordomia, talvez o ponto mais alto e mais impressionante do programa, pela obrigatoriedade duma pré-inscrição. Se a preocupação com o rigor nunca deva ser pouca, precisamente por isso uma simples fotografia prévia é fraco garante do mesmo.
Um momento bastante constrangedor foi precisamente o controlo da entrada no referido desfile em que uns seguranças pesadamente trajados (a rigor) exigiam, sem cerimónias, o salvo-conduto às mordomas que se apresentavam na entrada. Recolhiam-no com determinação, como se estivessem a receber os cartões de consumo devidamente carimbados na saída de uma discoteca (que raio de festa…!). Ironicamente, o rigor aqui começava e acabava na simples existência de um papel.
Há certamente um equilíbrio a encontrar entre espontaneidade e organização e numa escala destas não existem soluções sem senão. De uma coisa tenho, no entanto, a certeza: não é por decreto.
Parece, no entanto, não ser essa a tendência recente, dado o desenvolvimento de uma tutela pela autarquia, excessiva aos olhos de muitos. Particularmente polémica este ano foi a burocratização do Desfile da Mordomia, talvez o ponto mais alto e mais impressionante do programa, pela obrigatoriedade duma pré-inscrição. Se a preocupação com o rigor nunca deva ser pouca, precisamente por isso uma simples fotografia prévia é fraco garante do mesmo.
Um momento bastante constrangedor foi precisamente o controlo da entrada no referido desfile em que uns seguranças pesadamente trajados (a rigor) exigiam, sem cerimónias, o salvo-conduto às mordomas que se apresentavam na entrada. Recolhiam-no com determinação, como se estivessem a receber os cartões de consumo devidamente carimbados na saída de uma discoteca (que raio de festa…!). Ironicamente, o rigor aqui começava e acabava na simples existência de um papel.
Há certamente um equilíbrio a encontrar entre espontaneidade e organização e numa escala destas não existem soluções sem senão. De uma coisa tenho, no entanto, a certeza: não é por decreto.
Sem comentários:
Enviar um comentário