11 agosto 2015

A campanha estreita do PS


A campanha do PS para as próximas legislativas está a ficar apertada. O eleitorado talvez esteja mais exigente, menos permeável às famosas ofertas de “papas e bolos” e também ganhou a consciência de que as festas têm ressacas, melhor ou pior medicadas.

Ao fugir da linha do atual governo, chamemos-lhe “troikiana” e ao deslizar para a esquerda, o PS caiu num caminho muito estreito, dado que a experiência radical à la Syriza também provou não funcionar, independentemente de quem foi a culpa. O PS tem assim dificuldade em caraterizar a sua alternativa, sendo que dar dinheiro às pessoas e acreditar que a economia a seguir cresce, não funciona, pelo menos no Portugal de hoje.

Talvez por essa estreiteza, estejamos a assistir a tantos despistes. A imagem do mudar para melhor como simples troca de um cenário, de cinza para cores lindas, pelo esforço de uma senhora que recorda uma simpática “partenaire” de ilusionista, é muito deficiente, para lá do piroso ridículo da imagem.

Menos programático mas muito sintomático foi o “pedir respeito” pelas pessoas, especialmente pelos desempregados, indo buscar uns rostos quaisquer, por acaso até sem serem previamente informados. Sabemos que os corpos perfeitos dos anúncios dos iogurtes, não se terão tornado perfeitos devido ao produto publicitado, mas fica muito mal comprar votos como quem vende iogurtes … e o assunto não se limpa, despedindo o fotógrafo.

O caminho estreito ou largo não dispensa uma liderança de confiança. Neste momento por muitos cartazes que se produzam com o rosto de A. Costa e as palavras “rigor” e “confiança” impressas ao lado em letra bonita, dificilmente elas colarão.

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