Aviso prévio: Esta história é parcialmente ficcionada e pisa terreno perigoso.
Triana queria ser servidora da causa pública e estrategicamente colocou-se à sombra da chefona local, Carrasco. Começou por correr bem. A chefona mandava em tudo, fazia e desfazia e todos a seguiam. Triana trabalhava para a administração sem ter um vínculo claro, mas isso não era importante, desde que houvesse bênção de Carrasco. Triana participou mesmo nas listas eleitorais e ficou a um lugar de ser eleita.
Um dia algo correu mal entre elas e Triana caiu em desgraça. Para o seu lugar foi aberto um concurso oficial, ela concorreu mas ficaram-lhe à frente muitos novos protegidos. Entretanto, um dos eleitos demitiu-se, em desacordo com Carrasco, e, em princípio, Triana seria chamada para a substituição. Alguém decidiu, no entanto, que a substituição não seria feita por faltarem poucos meses para as novas eleições, assim como decidiu que nunca Triana poderia de novo integrar nenhuma lista do partido. A sua carreira política acabava ali.
Triana não encontrou trabalho, nem na administração pública nem no privado. Talvez por falta de oportunidades ou de capacidade, mas, para ela, era ainda o braço longo de Carrasco que a todo o lado chegava e castigava. Aparentemente a sua carreira profissional na terra acabava ali.
O castigo não foi apenas passivo, a administração pública implacável explorou a informalidade da sua colaboração anterior para encontrar quantias indevidamente recebidas, que ela foi condenada a devolver. Era muito dinheiro e o pedido feito para pagar em prestações foi recusado. Entretanto, Carrasco coleccionava cargos em tudo o que era público ou próximo, chegando à dúzia. Apresentava-se numa reunião de uma entidade em veículo oficial de outra e apresentava despesas para reembolso como se tivesse utilizado a sua viatura particular, mas ninguém tinha coragem de a questionar, nem nada devolveu, apesar de o assunto ter sido denunciado na imprensa nacional.
Triana vê-se a perder tudo, até mesmo em risco de ter de vender a casa para pagar a dívida e desespera. A mãe dela, face à cria ameaçada, compra uma pistola e mata Carrasco friamente à queima-roupa.
Esta história tem bastantes semelhanças com aldo que aconteceu em Leão, Espanha, com desfecho no passado dia 12/5. Nada justifica a morte, melhor seria terem-lhe pregado apenas um valente susto. Entretanto o bispo já abençoou o corpo da servidora da “causa pública”, tragicamente tombada. A barbaridade do fim é muito forte, sobrepõe-se e quase anula a importância do resto, mas a democracia pediria que se fosse ao fundo e se condenasse e banisse este caciquismo puro e duro, aquela coisa do “Quem se mete comigo, leva! E leva com a força toda! E eu tenho muita força”. O serviço público não devia ser assim.
Triana queria ser servidora da causa pública e estrategicamente colocou-se à sombra da chefona local, Carrasco. Começou por correr bem. A chefona mandava em tudo, fazia e desfazia e todos a seguiam. Triana trabalhava para a administração sem ter um vínculo claro, mas isso não era importante, desde que houvesse bênção de Carrasco. Triana participou mesmo nas listas eleitorais e ficou a um lugar de ser eleita.
Um dia algo correu mal entre elas e Triana caiu em desgraça. Para o seu lugar foi aberto um concurso oficial, ela concorreu mas ficaram-lhe à frente muitos novos protegidos. Entretanto, um dos eleitos demitiu-se, em desacordo com Carrasco, e, em princípio, Triana seria chamada para a substituição. Alguém decidiu, no entanto, que a substituição não seria feita por faltarem poucos meses para as novas eleições, assim como decidiu que nunca Triana poderia de novo integrar nenhuma lista do partido. A sua carreira política acabava ali.
Triana não encontrou trabalho, nem na administração pública nem no privado. Talvez por falta de oportunidades ou de capacidade, mas, para ela, era ainda o braço longo de Carrasco que a todo o lado chegava e castigava. Aparentemente a sua carreira profissional na terra acabava ali.
O castigo não foi apenas passivo, a administração pública implacável explorou a informalidade da sua colaboração anterior para encontrar quantias indevidamente recebidas, que ela foi condenada a devolver. Era muito dinheiro e o pedido feito para pagar em prestações foi recusado. Entretanto, Carrasco coleccionava cargos em tudo o que era público ou próximo, chegando à dúzia. Apresentava-se numa reunião de uma entidade em veículo oficial de outra e apresentava despesas para reembolso como se tivesse utilizado a sua viatura particular, mas ninguém tinha coragem de a questionar, nem nada devolveu, apesar de o assunto ter sido denunciado na imprensa nacional.
Triana vê-se a perder tudo, até mesmo em risco de ter de vender a casa para pagar a dívida e desespera. A mãe dela, face à cria ameaçada, compra uma pistola e mata Carrasco friamente à queima-roupa.
Esta história tem bastantes semelhanças com aldo que aconteceu em Leão, Espanha, com desfecho no passado dia 12/5. Nada justifica a morte, melhor seria terem-lhe pregado apenas um valente susto. Entretanto o bispo já abençoou o corpo da servidora da “causa pública”, tragicamente tombada. A barbaridade do fim é muito forte, sobrepõe-se e quase anula a importância do resto, mas a democracia pediria que se fosse ao fundo e se condenasse e banisse este caciquismo puro e duro, aquela coisa do “Quem se mete comigo, leva! E leva com a força toda! E eu tenho muita força”. O serviço público não devia ser assim.
Sem comentários:
Enviar um comentário