06 maio 2014

Boko Haram

“Boko” deriva de “book”, um resquício do inglês colonial, e “haram” significa “pecado”. “Boko Haram” quer dizer “Educação ocidental é pecado” e é o nome de um grupo islamita activo na Nigéria. Um dos pecados combatido ferozmente por eles é a educação não corânica, especialmente a feminina, e entre os seus alvos principais estão escolas e estudantes. No passado dia 14 de Abril foram raptadas 276 estudantes de um liceu no nordeste do país. 53 conseguiram fugir mas 223 permanecem desaparecidas. Embora a responsabilidade pela acção não oferecesse muitas dúvidas, um filme divulgado esta semana esclarecesse definitivamente. Diz o líder do Boko Haram que as raparigas estão com eles, algumas serão mantidas como escravas, outras vendidas por 12 dólares cada (menos de 10 Euros). Conclui com um aviso às demais pecadoras: “deveis deixar a escola e casar-vos”.

Dificilmente alguém poderá concordar ou desculpar minimamente este energúmeno que se presume falar e agir em nome do Islão. Conheço muitos muçulmanos que não têm a mínima hesitação em condenar e repudiar frontal e publicamente tais propósitos. Apesar de não existir um líder equivalente ao Papa nem uma instituição reguladora como o Vaticano, era importante que as figuras públicas muçulmanas relevantes e influentes viessem a público proactivamente marcar uma linha e deixar claro onde começa o real “haram”. Não me parece que o façam com suficiente determinação e/ou visibilidade e é pena para o Islão e os muçulmanos.

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