Estes dias, do anúncio de concretização da saída chamada limpa, são um momento algo ambivalente e não me refiro aos politiqueiros e comentaristas de serviço que lá vão dizendo bem e mal, como é seu ofício, mas sem conseguirem a contundência habitual das suas intervenções.
Há um aspecto claramente positivo: conseguimos chegar ao fim do programa de assistência com sucesso, pelo menos formal. Ficamos identificados como mais próximos da Irlanda do que da Grécia e este é um contributo inequivocamente positivo para a imagem do país. Por outro lado, estamos pior do que há 3 anos? Sem dúvida, mas a comparação a fazer não é essa: estaríamos melhor do que se não tivesse havido programa de assistência? É uma pergunta algo retórica porque sem a intervenção o país teria colapsado financeiramente, um cenário certamente pior do que o actual.
Outro aspecto positivo do momento são as baixas taxas de juro, mas isto não é fundamentalmente devido a causas internas nem se aplica particularmente a Portugal. É geral e em muito devido à actual tormenta nos mercados emergentes, que assusta os “mercados”. Ou seja, se em meia dúzia de meses desceram, o inverso pode acontecer também, não é uma situação consolidada.
E, por falar em consolidação, aqui temos a principal falha visível no fim do processo. A melhoria das contas públicas foi feita fundamentalmente por aumento de impostos e pelos famosos cortes, objecto de grande pressão para serem anulados. Até o líder do maior partido da oposição o advoga. Ou seja, é como se tivéssemos melhorado da dor de cabeça com um analgésico e agora dizer-se que não se pode tomar analgésicos toda a vida.
Da reforma do Estado, real, que podia e devia ter sido feito e tido o tal efeito consolidador fica na memória a grotesca, ridícula e inócua comunicação do na altura recém-nomeado vice primeiro-ministro. Infelizmente muito pouco mais.
Há um aspecto claramente positivo: conseguimos chegar ao fim do programa de assistência com sucesso, pelo menos formal. Ficamos identificados como mais próximos da Irlanda do que da Grécia e este é um contributo inequivocamente positivo para a imagem do país. Por outro lado, estamos pior do que há 3 anos? Sem dúvida, mas a comparação a fazer não é essa: estaríamos melhor do que se não tivesse havido programa de assistência? É uma pergunta algo retórica porque sem a intervenção o país teria colapsado financeiramente, um cenário certamente pior do que o actual.
Outro aspecto positivo do momento são as baixas taxas de juro, mas isto não é fundamentalmente devido a causas internas nem se aplica particularmente a Portugal. É geral e em muito devido à actual tormenta nos mercados emergentes, que assusta os “mercados”. Ou seja, se em meia dúzia de meses desceram, o inverso pode acontecer também, não é uma situação consolidada.
E, por falar em consolidação, aqui temos a principal falha visível no fim do processo. A melhoria das contas públicas foi feita fundamentalmente por aumento de impostos e pelos famosos cortes, objecto de grande pressão para serem anulados. Até o líder do maior partido da oposição o advoga. Ou seja, é como se tivéssemos melhorado da dor de cabeça com um analgésico e agora dizer-se que não se pode tomar analgésicos toda a vida.
Da reforma do Estado, real, que podia e devia ter sido feito e tido o tal efeito consolidador fica na memória a grotesca, ridícula e inócua comunicação do na altura recém-nomeado vice primeiro-ministro. Infelizmente muito pouco mais.
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