01 março 2014

Uma saída suja

Muito se tem filosofado e especulado sobre o cenário pós-troika, entre a saída limpa e o programa cautelar. No entanto, isso não é o mais importante. O fundamental é reconhecermos que continuarão a ser necessários cortes e dever-se-ia discutir, isso sim, quais a manter e quais a rever. A menos que o fim da tutela da troika seja, na visão de alguns, uma licença para gastar e depois logo se verá.

Saída limpa significa ficarmos sem tutela e dependentes dos tais malvados “mercados” que nos podem emprestar ou não e com condições que dependerão dos seus humores e da sua perspectiva sobre o país. Com um programa cautelar teríamos a manutenção de algum tipo de tutela e ao mesmo tempo alguma protecção contra os malditos capitalistas. No meu ponto de vista, o balanço entre um e outro cenário depende da qualidade de quem nos governa e da sua capacidade de inspirar confiança, fazendo o necessário e o justo.

Neste contexto há duas notícias recentes pouco abonatórias. Uma é mais um episódio do caso dos submarinos, a caminho da submersão judicial final do problema, com as satisfações visíveis nas caras onde deveria estar vergonha. A outra é o recente ressuscitar de Miguel Relvas para o topo do aparelho do PSD. Por tudo o que foi e o que é esta figura, dispensando comentários detalhados, Passos Coelho está a escolher um caminho com muitas nódoas
.

Sem comentários: