“Há que encontrar outros caminhos que nos permitam progredir. Esses caminhos passam pela desejável reestruturação responsável da dívida através de processos inseridos no quadro institucional europeu de conjugação entre solidariedade e responsabilidade”.
É este o tom genérico, pomposo e quase professoral do famoso manifesto dos 70 (ou 74) notáveis. Eu não sou notável mas pude constatar há bastante tempo que a dimensão da nossa dívida versus as taxas de juro associadas configuram uma situação insustentável. Não entendo é o porquê desta mobilização agora. Quando a negociação com a troika ainda estava em aberto, nomeadamente o valor da taxa de juro do empréstimo, porque é que estes notáveis e demais responsáveis não lutaram com unhas e dentes por uma taxa mais razoável?
Se é certo que apesar de toda a boa vontade dos discursos oficiais optimistas há sérias dúvidas sobre o conseguirmos sair deste buraco sozinhos, este manifesto tem alguns problemas, para lá da estranha oportunidade. Considerações com paralelos com a Grécia é alinharmos por uma referência muito baixa, diria mesmo vergonhosamente baixa. Comparação com a Alemanha no final de uma guerra… não tem comentários. Mais importante, o manifesto/dissertação ignora completamente a nossa responsabilidade no crescimento da dívida. Trata a dívida como uma fatalidade, um acidente que sofremos e para o qual precisamos de ajuda.
Se é certo que precisamos e precisaremos de ajuda, a responsabilidade primeira no processo é nossa. Identificando a origem do problema, as acções necessárias para não se repetir e estabelecendo um compromisso abrangente e responsável para o futuro. Não vale a pena apelarmos a um “quadro institucional europeu de conjugação entre solidariedade e responsabilidade” enquanto o nosso trabalho de casa não estiver feito. Os notáveis e demais responsáveis estarão interessados nisso?
É este o tom genérico, pomposo e quase professoral do famoso manifesto dos 70 (ou 74) notáveis. Eu não sou notável mas pude constatar há bastante tempo que a dimensão da nossa dívida versus as taxas de juro associadas configuram uma situação insustentável. Não entendo é o porquê desta mobilização agora. Quando a negociação com a troika ainda estava em aberto, nomeadamente o valor da taxa de juro do empréstimo, porque é que estes notáveis e demais responsáveis não lutaram com unhas e dentes por uma taxa mais razoável?
Se é certo que apesar de toda a boa vontade dos discursos oficiais optimistas há sérias dúvidas sobre o conseguirmos sair deste buraco sozinhos, este manifesto tem alguns problemas, para lá da estranha oportunidade. Considerações com paralelos com a Grécia é alinharmos por uma referência muito baixa, diria mesmo vergonhosamente baixa. Comparação com a Alemanha no final de uma guerra… não tem comentários. Mais importante, o manifesto/dissertação ignora completamente a nossa responsabilidade no crescimento da dívida. Trata a dívida como uma fatalidade, um acidente que sofremos e para o qual precisamos de ajuda.
Se é certo que precisamos e precisaremos de ajuda, a responsabilidade primeira no processo é nossa. Identificando a origem do problema, as acções necessárias para não se repetir e estabelecendo um compromisso abrangente e responsável para o futuro. Não vale a pena apelarmos a um “quadro institucional europeu de conjugação entre solidariedade e responsabilidade” enquanto o nosso trabalho de casa não estiver feito. Os notáveis e demais responsáveis estarão interessados nisso?
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