Não será caso único, já vi passar alguns semelhantes, mas este é recente e claro. A Prisa, detentora de jornal espanhol de referência “El Pais” resolveu crescer. Investiu fortemente e correu mal. A crise financeira e a evolução do contexto dos média não ajudaram, mas entrar numa estrada de montanha a 200 Km/h e despistar-se na primeira curva não permite concluir que a culpa é da curva. Insustentavelmente endividada abriu o capital a “investidores financeiros”, aquela coisa dos fundos. Esse remédio não foi suficiente e tiveram que transformar dívida a bancos em capital. O que era uma empresa familiar passou a ser gerida por “frios financeiros” e no final do ano passado foram despedidos 129 jornalistas, cerca de um terço do total. Pode parecer brutal, pode desfigurar o jornal, mas, independentemente da origem do problema, é provavelmente melhor isso do que fechar a empresa.
Cereja em cima do bolo. O director executivo principal da Prisa, o senhor Juan Luis Cebrián que nem é um “financeiro frio” recém-chegado, mas sim um histórico do ofício, distinto membro do grupo Bilderberg e arquitecto da estratégia seguida, recebeu da Prisa em 2011 cerca de 13 milhões de euros, grosso modo equivalente ao custo anual dos 129 jornalistas que ele despediu. É certo que se trata de uma empresa privada e que diferentes responsabilidades e competências devem ver-se reflectivas na retribuição, mas esta diferença é certamente excessiva. E se numa empresa saudável é obsceno, numa empresa em dificuldades é imoral.
Não sei se há ou pode haver legislação que resolva isto. O que deveria existir era um sistema de valores um pouco mais são que se auto-regulasse. Não sendo o caso e, se por um motivo qualquer, as empresas estão à mercê destes salteadores, não admira que mais tarde ou mais cedo se despistem numa curva da estrada. E quando as empresas se despistam assim a sociedade fica mais pobre.
Cereja em cima do bolo. O director executivo principal da Prisa, o senhor Juan Luis Cebrián que nem é um “financeiro frio” recém-chegado, mas sim um histórico do ofício, distinto membro do grupo Bilderberg e arquitecto da estratégia seguida, recebeu da Prisa em 2011 cerca de 13 milhões de euros, grosso modo equivalente ao custo anual dos 129 jornalistas que ele despediu. É certo que se trata de uma empresa privada e que diferentes responsabilidades e competências devem ver-se reflectivas na retribuição, mas esta diferença é certamente excessiva. E se numa empresa saudável é obsceno, numa empresa em dificuldades é imoral.
Não sei se há ou pode haver legislação que resolva isto. O que deveria existir era um sistema de valores um pouco mais são que se auto-regulasse. Não sendo o caso e, se por um motivo qualquer, as empresas estão à mercê destes salteadores, não admira que mais tarde ou mais cedo se despistem numa curva da estrada. E quando as empresas se despistam assim a sociedade fica mais pobre.
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