Acto 1 – Outono de 2008. Por irresponsabilidade na gestão corrente da sua actividade, uma grande parte da banca europeia e ocidental ameaça entrar em colapso. É grave. Não pode acontecer. Seria catastrófico para toda a economia e os governos lá saem em socorro com empréstimos, garantias e até mesmo nacionalizações para tapar buracos. Nota: Em Portugal é diferente. A banca portuguesa é bastante mais conservadora e os BPN e BPP são simplesmente complexos casos de polícia. Aliás, ainda não entendi porque os depositantes de um foram protegidos e os do outro não.
Acto 2 – Outono de 2009 – A crise bancária/financeira, respectiva confusão e incerteza contaminam toda a actividade económica. Os governos, fortes do sucesso da sua missão anterior de salvamento da banca, acham que a solução passa por eles, chamando investir a tudo o que seja gastar e, pior, gastando o que não têm.
Acto 3 – Outono de 2010 – Na ressaca da overdose de “investimento” e com o alarme disparado por uma Grécia especialmente indisciplinada e de contas assaz opacas, os governos descobrem que há limites para o endividamento. Os “mercados” geridos pelos mesmos génios que provocaram a crise de 2008 aproveitam o mole da Grécia e começam a apalpar e a carregar aqui e acolá, com sucesso. A imagem actual é a de um predador correndo atrás de um rebanho em fuga, agarrando-os um a um, começando pelos mais fracos. Os mesmos governos que há dois anos eram os salvadores e há um ano acreditavam ter ascendência sobre as finanças mundiais, passaram humildemente a simples coelhos assustados, em fuga.
Este histórico parece-me uma farsa com uma enorme ignorância, ou distracção ou incompetência dos governos. Não é possível nacionalizar esse capital que anda por aí à espera de e criando as melhores oportunidades, mas a Europa no seu todo deveria ter força e coesão suficiente para não se limitar ao salve-se quem puder. Faz sentido que eu pague menos juros pelo empréstimo da minha casa do que o governo português paga pela sua divida soberana!?
O FMI foi criado para estabilizar, emprestando a países em dificuldades, mas mais importante do que o valor emprestado, é ficarem com o controlo do livro de cheques público e assim credibilizaram o cliente para os outros credores. Tipicamente para economias muito frágeis, mal geridas, em resumo, para um terceiro-mundo formal ou informal. Que vem este FMI fazer a um país europeu integrado no euro: tomar conta do livro de cheques? É preciso chamar o lobo mau para se gastar apenas o que se pode ?!
A Europa parece ignorar que pode ter política monetária. O Euro descer não é necessariamente mau, se calhar deve mesmo descer e a sério para permitir uma rectificação rápida e sã. Os EUA não têm a mínima dúvida nem hesitação quanto a esse cenário quando se trata da sua moeda. Tentar aguentar o insustentável nunca dá bom resultado. As presas que correm mais lá à frente estão preocupadas apenas em acalmar a fera, entregando-lhe os mais fracos. Esquecem-se de que por definição, enquanto tiver força, este predador nunca se sacia. Como pequena anedota, muita gente que invectiva veementemente os mercados financeiros na praça pública parece ignorar que são os seus PPR’s que estão lá a dar músculo ao animal maldito.
Acto 2 – Outono de 2009 – A crise bancária/financeira, respectiva confusão e incerteza contaminam toda a actividade económica. Os governos, fortes do sucesso da sua missão anterior de salvamento da banca, acham que a solução passa por eles, chamando investir a tudo o que seja gastar e, pior, gastando o que não têm.
Acto 3 – Outono de 2010 – Na ressaca da overdose de “investimento” e com o alarme disparado por uma Grécia especialmente indisciplinada e de contas assaz opacas, os governos descobrem que há limites para o endividamento. Os “mercados” geridos pelos mesmos génios que provocaram a crise de 2008 aproveitam o mole da Grécia e começam a apalpar e a carregar aqui e acolá, com sucesso. A imagem actual é a de um predador correndo atrás de um rebanho em fuga, agarrando-os um a um, começando pelos mais fracos. Os mesmos governos que há dois anos eram os salvadores e há um ano acreditavam ter ascendência sobre as finanças mundiais, passaram humildemente a simples coelhos assustados, em fuga.
Este histórico parece-me uma farsa com uma enorme ignorância, ou distracção ou incompetência dos governos. Não é possível nacionalizar esse capital que anda por aí à espera de e criando as melhores oportunidades, mas a Europa no seu todo deveria ter força e coesão suficiente para não se limitar ao salve-se quem puder. Faz sentido que eu pague menos juros pelo empréstimo da minha casa do que o governo português paga pela sua divida soberana!?
O FMI foi criado para estabilizar, emprestando a países em dificuldades, mas mais importante do que o valor emprestado, é ficarem com o controlo do livro de cheques público e assim credibilizaram o cliente para os outros credores. Tipicamente para economias muito frágeis, mal geridas, em resumo, para um terceiro-mundo formal ou informal. Que vem este FMI fazer a um país europeu integrado no euro: tomar conta do livro de cheques? É preciso chamar o lobo mau para se gastar apenas o que se pode ?!
A Europa parece ignorar que pode ter política monetária. O Euro descer não é necessariamente mau, se calhar deve mesmo descer e a sério para permitir uma rectificação rápida e sã. Os EUA não têm a mínima dúvida nem hesitação quanto a esse cenário quando se trata da sua moeda. Tentar aguentar o insustentável nunca dá bom resultado. As presas que correm mais lá à frente estão preocupadas apenas em acalmar a fera, entregando-lhe os mais fracos. Esquecem-se de que por definição, enquanto tiver força, este predador nunca se sacia. Como pequena anedota, muita gente que invectiva veementemente os mercados financeiros na praça pública parece ignorar que são os seus PPR’s que estão lá a dar músculo ao animal maldito.
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