Ontem, 25 de Novembro, assisti à primeira sessão da segunda série dos “Encontros com a Ciência”, organizados pela Universidade do Porto, sob o tema “Sociedade e Valores”, com dois eminentes convidados, Dom José Policarpo e António Barreto.
O cardeal-patriarca fez uma comunicação brilhante e incisiva, que não quero nem consigo resumir. Um dos pontos referidos foi a relação/interdependência/ identificação do individuo com a comunidade através dos valores, e, por muito que se diga e conteste, a Igreja tem uma marca fortíssima nesse capítulo.
No período das interpelações resolvi questioná-lo sobre a forma como a igreja encarava e assumia a influência dos seus valores, sob a comunidade em geral, não crente. Apontei concretamente o Natal aí a chegar, que constitui uma marca social fortíssima, e como a Igreja via e assumia essa universalidade versus aquelas posturas de restringir o Natal à sua componente religiosa básica e criticar todas visões mais abertas do acontecimento. Como introdução referi que eu próprio me definia simplesmente como agnóstico até ter uma experiência de vida noutra cultura, após a qual me passei a considerar agnóstico de matriz cultural cristã.
O microfone funcionava mal e o cardeal também não estava a ouvir muito bem. Não me pediu para repetir o que tinha perguntado. Apenas pegou no “agnóstico de matriz cultural cristã” para dizer que:
O cardeal-patriarca fez uma comunicação brilhante e incisiva, que não quero nem consigo resumir. Um dos pontos referidos foi a relação/interdependência/ identificação do individuo com a comunidade através dos valores, e, por muito que se diga e conteste, a Igreja tem uma marca fortíssima nesse capítulo.
No período das interpelações resolvi questioná-lo sobre a forma como a igreja encarava e assumia a influência dos seus valores, sob a comunidade em geral, não crente. Apontei concretamente o Natal aí a chegar, que constitui uma marca social fortíssima, e como a Igreja via e assumia essa universalidade versus aquelas posturas de restringir o Natal à sua componente religiosa básica e criticar todas visões mais abertas do acontecimento. Como introdução referi que eu próprio me definia simplesmente como agnóstico até ter uma experiência de vida noutra cultura, após a qual me passei a considerar agnóstico de matriz cultural cristã.
O microfone funcionava mal e o cardeal também não estava a ouvir muito bem. Não me pediu para repetir o que tinha perguntado. Apenas pegou no “agnóstico de matriz cultural cristã” para dizer que:
- Eu era um dos muitos que sem esforço e sem compromisso se aproveitavam do trabalho de poucos
- Se eu sabia o que era ser agnóstico que, ao contrário do ateu que nega, não se manifesta declaradamente num sentido ou noutro e ...
- Com o tempo o agnóstico, indeciso, tende a “cair” para um lado ou para outro
De facto, não respondeu directamente à questão colocada, mas acabei por ter a resposta de forma indirecta. Curiosamente surpreendeu-me o seu esforço de considerar um agnóstico um “ser menor”, incompleto, indefinido. Como se um crente aceitasse mais facilmente um “crente negativo” e lidasse mal com quem não ache importante tomar partido. Nunca tive grande simpatia por aquelas posturas anarco-carbonárias-sindicalistas que rosnam às sotainas mas ontem mudei um pouco essa leitura. Creio que Jesus Cristo tal como foi descrito veria as coisas doutra forma.
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