28 outubro 2010

Aviões, politicas e crocodilos

No passado os aviões eram variados. Asa alta ou asa baixa; motores sob as asas, na cauda ou até mesmo inseridos na fuselagem; 2 motores, 3 ou 4; lemes da cauda em cruz ou em “T”, etc. Hoje, fruto do amadurecimento do seu desenvolvimento e respectiva optimização, são praticamente todos iguais. Entre um Airbus e um Boeing do mesmo segmento a diferença mais assinalável que encontro é no recorte da janela do cockpit.

Com os governos no nosso ocidental mundo estamos parecidos. No fundo, a politica é a mesma. Aliás, qualquer alternativa que proponha alterar radicalmente o nosso modelo de governo e de sociedade não passa. O poder fica unicamente entre os partidos que seguem o modelo consagrado. Sendo as máquinas idênticas, a diferença fica apenas na tripulação: em competência, seriedade e até, ou por vezes mesmo somente, em imagem.

Com todas as facilidades do modo habitual de piloto automático, nem é preciso pedir muita competência. Apenas quando se entra em zona de turbulência e com algum disfuncionamento na máquina, é que é necessário saber mesmo pilotar, é aí a coisa pode complicar-se. A imagem não chega.

Tudo isto para dizer que o desacordo sobre o orçamento entre o PS e o PSD não é, nem pode ter sido, por questões “Políticas” com “P” maiúsculo. Foi por politiquice e cálculo táctico, em função das próximas eleições. Penso que alguém anda a brincar e com coisas demasiado sérias.

No passado dia 25/8 despenhou-se um avião na RD do Congo, pouco antes de aterrar, matando 19 pessoas. Inicialmente parecia tratar-se de falta de combustível, mas posteriormente fez-se luz. Havia um clandestino a bordo. Um passageiro trazia dentro de um saco um crocodilo vivo. Pouco antes da aterragem, o animal libertou-se gerando o pânico, com toda a gente a procurar refúgio no cockpit. Na confusão e com o avião desequilibrado, este despenhou-se matando quase toda a gente. Após a queda apenas sobreviveram dois humanos. Mais resistente foi a outra espécie que teve uma taxa de sobrevivência de 100%. Não é por acaso que eles andam por aí há tanto tempo. São uns sobreviventes natos.

Sem comentários: