Esta última comemoração do 5 de Outubro foi declaradamente diferente do habitual e não apenas pelo número redondo do centenário. Até há pouco tempo o 5 de Outubro era um feriado quase a cair na banalidade, como tantos outros, sendo que as suas comemorações até levantavam um certo cheiro a bolor. A República, já na sua terceira fase, era um conceito consolidado, sendo claro que havendo percurso a fazer, nunca estaria em causa recuar ao pré-1910.
Ser monárquico há 20 anos era coisa rara. Era ser ou muito chique ou muito exótico, porque dificilmente uma abordagem racional consegue justificar uma casta hereditária, que a história até provou ser necessário de tempos a tempos enxertar com novo ADN e nem sempre da forma mais elegante. Parece que agora temos mais gente chique e mais gente exótica.
Estamos em crise, é verdade, mas, pelo menos mediaticamente, se nos últimos 20 anos não temos uma crise crónica, pouco menos. O que muda agora? Uma crise mais intensa? Penso não ser isso o fundamental. O fundamental é a falta de seriedade que torna mais difícil suportar a dita crise. Falta de seriedade no governo, na oposição, nos sindicatos e na comunicação social. É exasperante!
É necessário cortar despesa pública e esse corte, mais do que cego como agora se anuncia, deveria ser selectivo. O problema principal não está em 3,5% ou 10% para toda a gente. O problema está nas estruturas redundantes em que se pode reduzir 50%. Mas, reconheço que será muito difícil que um polvo consiga arrancar a si próprio metade dos seus tentáculos... A solução é matar o polvo por inteiro? Perigoso !
É sempre assustador encontrar semelhanças negativas com o passado distante, mas sejamos objectivos. Em 1910 houve uma ruptura da qual se tiram dois elementos fundamentais: no fundo um novo regime socialmente mais justo, aberto ao desenvolvimento e liberto do anacronismo da dinastia real, por sinal decadente; na prática dos primeiros tempos uma governação catastrófica e irrealista, assim como se o Bloco de Esquerda tivesse hoje maioria absoluta (refira-se que neste capítulo a Revolução Francesa também não foi melhor).
Actualmente não vejo nenhuma possibilidade de ruptura de regime positiva. Não quero pagar uma família real decorativa e também não ficamos a ganhar nada se tivermos um Bloco de Esquerda ou um de Direita a “inventar” uma nova política autoritária e iluminada por lâmpadas fundidas.
Ser monárquico há 20 anos era coisa rara. Era ser ou muito chique ou muito exótico, porque dificilmente uma abordagem racional consegue justificar uma casta hereditária, que a história até provou ser necessário de tempos a tempos enxertar com novo ADN e nem sempre da forma mais elegante. Parece que agora temos mais gente chique e mais gente exótica.
Estamos em crise, é verdade, mas, pelo menos mediaticamente, se nos últimos 20 anos não temos uma crise crónica, pouco menos. O que muda agora? Uma crise mais intensa? Penso não ser isso o fundamental. O fundamental é a falta de seriedade que torna mais difícil suportar a dita crise. Falta de seriedade no governo, na oposição, nos sindicatos e na comunicação social. É exasperante!
É necessário cortar despesa pública e esse corte, mais do que cego como agora se anuncia, deveria ser selectivo. O problema principal não está em 3,5% ou 10% para toda a gente. O problema está nas estruturas redundantes em que se pode reduzir 50%. Mas, reconheço que será muito difícil que um polvo consiga arrancar a si próprio metade dos seus tentáculos... A solução é matar o polvo por inteiro? Perigoso !
É sempre assustador encontrar semelhanças negativas com o passado distante, mas sejamos objectivos. Em 1910 houve uma ruptura da qual se tiram dois elementos fundamentais: no fundo um novo regime socialmente mais justo, aberto ao desenvolvimento e liberto do anacronismo da dinastia real, por sinal decadente; na prática dos primeiros tempos uma governação catastrófica e irrealista, assim como se o Bloco de Esquerda tivesse hoje maioria absoluta (refira-se que neste capítulo a Revolução Francesa também não foi melhor).
Actualmente não vejo nenhuma possibilidade de ruptura de regime positiva. Não quero pagar uma família real decorativa e também não ficamos a ganhar nada se tivermos um Bloco de Esquerda ou um de Direita a “inventar” uma nova política autoritária e iluminada por lâmpadas fundidas.
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