25 agosto 2009

Caminho do Fim da Terra



Dizem que o corpo desembarcou na ria de Arosa, ali para os lados de Padrón, e que voou até se instalar onde agora é Santiago. Afonso II das Astúrias tomou o caminho “primitivo” de Oviedo até ao local miraculado.

Na época da reconquista em que a cruz era bandeira, a relíquia do apóstolo ali ao lado catalisava energias e aguçava vontades. Acabou a guerra há muitos séculos e o “mata-mouros” perdeu esse interesse táctico.

Até li recentemente que uma estátua do dito exposta na catedral, recebeu umas tácticas flores para esconder os sarracenos que jaziam aos pés do lutador, por causa das “sensibilidades e susceptibilidades” (piiiii de auto-censura para não acrescentar palavrões).

Ficou o caminho que, desde várias origens, até aquele Finisterra, fizeram de Compostela um burgo singularmente universal, daqueles em que cada esquina tem cheiro forte.

Para lá das cruzes do caminho, sem dúvida que aquele é um caminho, vários caminhos, como mais nenhum... até ao fim da terra.

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