26 janeiro 2006

Os tempos actuais

[…]os tempos actuais são tempos de “aurea mediocritas” e de indiferença, de paixão pela ignorância, de preguiça, de incapacidade para o trabalho prático e da necessidade de receber tudo já pronto. Ninguém raciocina, será raro alguém elaborar uma ideia pessoal.
[…] Se aparecer um homem de esperança que plante uma árvore, todos se rirão: “ Será que vives até ela crescer?”.
[…] Desapareceu por completo uma ideia cimentadora. É como se toda a gente vivesse dentro de uma estalagem, preparando-se para fugir amanhã


Fedor Dostoiévski
“O Adolescente” 1874-1875

Sempre achei Dostoiévski muito moderno.
Ou seremos nós que achamos sempre que as grandezas e misérias da condição humana do nosso tempo são exclusivas do nosso tempo?

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