06 janeiro 2006

Fogo de artifício

É a expressão que me ocorre para classificar a polémica criada à volta da entrada da Iberdrola na EDP. E é típico. Por isto ou por aquilo, um assunto salta para a passadeira da actualidade e toda a gente dispara e comenta.

É como se vivêssemos rodeados de rastilhos que se vão acendendo um pouco ao calha e provocando cada qual a sua explosãozinha.

A pena é que dentro de poucas semanas já “ninguém” falará do assunto e, seguramente, novo rastilho será ateado para voltar a encher as primeiras páginas dos jornais e de telejornais.

É pena que não se faça um balanço a frio dos anteriores “espectáculos” que já saíram da dita passadeira. Como se, afinal, não fossem assim tão importantes ou como se tivessem sido efectivamente “resolvidos”.

É pena que assuntos relevantes e de importância crucial para o país sejam abordados somente a quente sob um cenário de fogo de artificio.

É pena que, na maior parte das vezes, não se consiga vislumbrar uma Política (P maiúsculo!) consistente, e com alguma estratégia a prazo, que esteja, bem ou mal, por trás dos factos questionados.

Os problemas de base estão cá todos os dias e têm que ser assumidos e enfrentados a frio com serenidade e determinação. Só assim deixaremos de viver nesta espécie de campo minado.

Seria também muito bom que se falasse de factos concretos com rigor e com conhecimento de causa. Que a comunicação social deixasse de ser palco para lançadores de foguetes, prontos para todo o serviço, que não têm nenhum valor acrescentado e que se limitem a adicionar uns estrondos mais à girândola.

Isto é subdesenvolvimento e daquele que não se mede pelo PIB mas que impede o crescimento do PIB.

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