Estará quase a fazer um ano que recebi a visita inesperada dum argelino, num dia em que, por mera coincidência, no automóvel tinha a rodar um CD do argelino, Cheb Mami. A surpresa do visitante foi enorme e ainda aumentou quando lhe manifestei a minha admiração pelo “seu” Albert Camus. Uma semana depois, recebi uma encomenda da Argélia com 4 CD’s, 1 DVD e dois romances, tudo de produção Argelina.
Para retribuir o gesto simpático procurei uma pequena amostra da nossa música. No capítulo da de raiz tradicional, encontrei, por puro acaso, um disco chamado “Segue-me à capela”. Um simples disco, edição de autor, em que 7 vozes femininas e pouco mais revisitam temas principalmente tradicionais de uma forma extraordinariamente bela, singela e profunda, pura e rica.
A música tradicional é talvez um dos domínios em que é mais evidente a nossa raiz multi-cultural e em que essa raiz se mantém firme e inabalável. Antes de ter sido redescoberta nos finais de 70, inícios de 80, andou escondida durante muitos anos sob o manto redutor e, muitas vezes, deturpador da “folclorite”. Quem ouviu não esqueceu uma “Charamba” da Brigada Vitor Jara ou uma “Tirana” dos Almanque ou, noutro contexto, o Júlio Pereira que com um simples disco fez mais pela reabilitação e promoção do cavaquinho do que 50 museus e 10 ministros juntos. Uns anos largos passados sobre essa fase, são bem-vindas novas lufadas de ar fresco como este “Segue-me à capela” para nos recordar e reavivar um pecúlio em que somos inquestionavelmente muito ricos.
Como dizíamos no lema de uma colectividade destas andanças em que estive envolvido há uns bons anos: “património cultural é a memória de um povo” (um bocadinho redutor, frase feita, gasta, usada e abusada por muitos anos de uso e etc, mas com um fundo inquestionável...).
Curiosidade final. Quando, mais tarde, tentei comprar alguns CD’s das “Segue-me à capela” para oferecer numa visita à Tunísia, a Fnac já os tinha retirado, trocados talvez por umas “Marisas”. Tive que os pedir directamente ao grupo.
Para retribuir o gesto simpático procurei uma pequena amostra da nossa música. No capítulo da de raiz tradicional, encontrei, por puro acaso, um disco chamado “Segue-me à capela”. Um simples disco, edição de autor, em que 7 vozes femininas e pouco mais revisitam temas principalmente tradicionais de uma forma extraordinariamente bela, singela e profunda, pura e rica.
A música tradicional é talvez um dos domínios em que é mais evidente a nossa raiz multi-cultural e em que essa raiz se mantém firme e inabalável. Antes de ter sido redescoberta nos finais de 70, inícios de 80, andou escondida durante muitos anos sob o manto redutor e, muitas vezes, deturpador da “folclorite”. Quem ouviu não esqueceu uma “Charamba” da Brigada Vitor Jara ou uma “Tirana” dos Almanque ou, noutro contexto, o Júlio Pereira que com um simples disco fez mais pela reabilitação e promoção do cavaquinho do que 50 museus e 10 ministros juntos. Uns anos largos passados sobre essa fase, são bem-vindas novas lufadas de ar fresco como este “Segue-me à capela” para nos recordar e reavivar um pecúlio em que somos inquestionavelmente muito ricos.
Como dizíamos no lema de uma colectividade destas andanças em que estive envolvido há uns bons anos: “património cultural é a memória de um povo” (um bocadinho redutor, frase feita, gasta, usada e abusada por muitos anos de uso e etc, mas com um fundo inquestionável...).
Curiosidade final. Quando, mais tarde, tentei comprar alguns CD’s das “Segue-me à capela” para oferecer numa visita à Tunísia, a Fnac já os tinha retirado, trocados talvez por umas “Marisas”. Tive que os pedir directamente ao grupo.
Sem comentários:
Enviar um comentário