O nome de Afonso Camões pode não ser conhecido de todos, mas quem acompanhou a novela socrática lembra-se dele. Joker (pau para toda a colher) e general prussiano que nunca se amotina (caninamente fiel ao chefe), características especialmente relevantes quando se pede “arranjem-me um emprego”. Para quem na altura nada ouviu, os motores de busca rapidamente podem levar-lhe os detalhes dos fatos em questão.
Quando o nome de Gouveia e Melo se perspectivou como um fácil
ganhador das presidenciais, não faltaram “moscas” a aproximarem-se, atraídas
pelo aliciante perfume do poder. Faz parte da natureza humana.
Seria função do candidato e/ou de quem o assessoria fazer a
filtragem entre os apoios que trazem currículo e os que trazem cadastro (mesmo
sem condenação e transito em julgado…). Não parece ter sido muito seletivo. Logo
na plateia da sua apresentação se via gente com algum cadastro.
O apoio recentemente anunciado por José Sócrates era dos que
inequivocamente traziam “cadastro”. Foi repudiado pelo candidato, mas lançou
algum interesse sobre as eventuais presenças de “tralha socrática” naquele
navio. E, surpresa! Entre outros nomes
vem essa figura de Afonso Camões, mandatário em Castelo Branco.
Instalada a polémica, o fiel socrático recua, publicando um
comunicado, prontamente copiado, “a pedido”, na página oficial do almirante. Imagem
acima e disponível aqui. Além de elegâncias linguísticas como referir a “dor de
corno” de quem o ataca, o pobre Camões alega estar a ser perseguido por causa
de uma escuta ilegal (lá está, foi verdade, mas como não serve para condenar,
ele permanece inocente) e de uma ligação de juventude ao antigo
primeiro-ministro, E sei que podemo-nos sentir “forever young”, mas, nas minhas
contas ele teria mais de 50 anos quando foi apanhado nessa escuta e nessas
manobras…
Falta de filtragem inicial, foi distração ou pior, terem
feito o favor de copiar um comunicado deste teor na página oficial é amadorismo
…. ou pior

Sem comentários:
Enviar um comentário