13 junho 2018

Sim e não


13 de novembro de 2015. Na sala de espetáculos parisiense “Bataclan”, 90 pessoas são covarde e brutalmente assassinadas.

Outubro de 2018. Para a mesma sala estão programados dois espetáculos do rapper Médine, que usa a palavra jihad e que não se poupa a usar símbolos associados à mesma. Numa das suas letras, explicitamente contra a laicidade, diz “crucifiquemos os laicos como no Calvário”.

Sim, que grande país de liberdade é este em que, aparentemente, é possível e legal isto acontecer.

Não, isto acontecer é imoral e escandaloso, especialmente naquela sala.

Pode ser que a coisa do “crucificar os laicos” seja um sentido figurado, como quando alguns excitados dizem “morte aos capitalistas”, não estando propriamente a pedir a morte física dos mesmos (pelo menos a maioria…).

Não, a laicidade não pode ser posta em causa ou relativizada no nosso mundo, que prezamos. A negação da mesma, a não separação das instituições é um Estado teocrático, inaceitável, independentemente do deus em funções e dos seus putativos delegados.

Já agora, aqueles anjinhos assumidos ou dissimulados que candidamente defendem o rapper, na perspetiva da “liberdade de expressão”, manterão coerentemente a mesma posição para o caso de um outro usar uma figura de estilo do tipo: “Decapitemos os muçulmanos em Meca” ?

NÃO.

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