27 junho 2017

Ainda o SIRESP


Eu julguei que não ia falar mais do SIRESP tão cedo, mas tornou-se impossível. Deem-me um desconto, já que sou engenheiro de formação e os meus primeiros trabalhos técnicos até tiveram bastante a ver com sistemas onde as comunicações eram críticas.

Este texto começou a germinar hoje de manhã, num tom de ironia. Então, não é que na a cláusula 17 do contrato com o dito é especificado que o SIRESP não tem responsabilidade por falhas em casos de “Força Maior”: tais como: “actos de guerra ou subversão, hostilidades ou invasão, rebelião, terrorismo ou epidemias, raios, explosões, graves inundações, ciclones, tremores de terra e outros cataclismos naturais que directamente afectem as actividades objecto do contrato”. Portanto, um sistema que custou uma pipa de massa, que tem por missão garantir as comunicações em caso de emergência, não tem responsabilidade contratual de funcionar nessas situações?? É um pouco como comprar um guarda-chuva, que não é garantido funcionar em dias de chuva. Isto, no mínimo, é de uma incompetência atroz. No mínimo…

O texto termina agora, ao fim do dia, num tom de absoluta repugnância, face ao comunicado da empresa, publicado no site do governo. Têm o desplante de afirmar que o sistema esteve à altura e não teve interrupções. Provavelmente a altura pedida contratualmente foi alcançada, provavelmente não se plantou a 100% para se poder dizer que falhou… a 100%, mas este comunicado é chamar idiota a uns milhões de portugueses.

Refiro outra vez: “A liberdade consiste, antes de mais, em não mentir. Onde a mentira prolifera a tirania anuncia-se ou perpetua-se.”, Albert Camus.

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