21 junho 2017

SIRESP


SIRESP é a sigla para “Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal” e, desde há uns bons anos para cá, que, quando vejo noticias sobre o mesmo, há um alarme que me dispara, do género, vamos lá ver o que foi desta…

De facto, o longo tipo de decisão, envolvendo diferentes “maiorias”, o para trás e para a frente, complica e simplifica, adjudica e anula, parecia configurar uma disputa de dentinhos afiados por um saboroso manjar. Um sistema com este nível tecnológico, ter sido contratado a uma tal de “Sociedade Lusa de Negócios”, faz questionar qual o valor acrescentado (retirado?) da mesma e a natureza dos critérios de adjudicação.

Infelizmente, não se trata apenas de uma extravagante fonte cibernética nem de uma autoestrada redundante. Trata-se de um sistema que “TEM” que funcionar com níveis de disponibilidade e fiabilidade elevados, já que disso dependem vidas.

Agora, no caso da tragédia de Pedrogão Grande, ele volta de novo. As pessoas apanhadas na estrada, foram-no 4 horas depois do fogo começar e não estavam numa florestal qualquer. Estava numa das principais estradas nacionais da zona. Aparentemente, nessa altura, as comunicações entre os bombeiros e a GNR não estariam a funcionar, porque o SISREP estava em baixo. As suas antenas tinham ardido…

Ora bem, um sistema de “emergência”, e uma das nossas maiores emergências é desta natureza, incêndios, baseado em antenas no terreno, sem meios/canais alternativos imediatamente operacionais, e onde é preciso esperar que chegue e seja colocada em serviço uma estação móvel, não me parece muito adequado a este tipo de emergências. Eventualmente, mesmo com todas as comunicações operacionais, o resultado na EN236-1 poderia ter sido o mesmo, dada a especificidade das condições climatéricas, mas que a ausência de comunicação não ajudou, pelo contrário, disso não há dúvidas.

Conforme a respetiva simpatia clubística, alguns irão realçar a natureza PSD da SLN e outros o facto de Costa ter sido o ministro que o adjudicou. No entanto, a doença, infelizmente, não tem cor partidária exclusiva.

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