20 dezembro 2016

Quero ir a um mercado de Natal

Onde estava e onde soube dos acontecimentos de ontem não há mercados de Natal, mas, se os houvesse, garanto que iria a um. Ainda não sei quando, nem onde, mas hei-de sair à rua de novo, no âmbito da quadra natalícia. E voltarei a sair as vezes que me apetecer no Porto, em Braga, em Paris ou em Berlim. Ponto final, parágrafo.

O embaixador russo foi assassinado em Ancara por um individuo que teve tempo para ficar exposto no local, umas largas dezenas de segundos a explicar ao que vinha e a dar alguns tiros esporádicos. Desta vez não era curdo; tivesse sido abatido de imediato e ainda se podia ter colocado essa hipótese tradicional.

Alepo tornou-se um símbolo do horror da guerra e há motivos para isso. No entanto não será mais martirizada do que Áden. Para quem não sabe, fica no Iémen, país que está a ser bombardeado e dilacerado há mais de ano e meio. Porque é que agora Alepo é um símbolo? Devido à intervenção musculada da Rússia, às alterações potenciais dos equilíbrios geoestratégicos e, também, às paixões positivas e negativas que o tema arrasta.

Que me perdoem os habitantes de Alepo que sofrem e morrem, mas o seu mediatismo recente é excessivo face ao esquecimento a que estão votados os seus irmãos iemitas e outros que apenas têm o azar adicional de não serem bombardeados por alguém suficientemente exposto à opinião pública ocidental.

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