28 dezembro 2016

O Presidente, o George e o Arlindo

“Ó que lindo chapéu preto, naquela cabeça vai….” Esta frase diz algo a alguém? E esta: “Muito boa noite senhoras e senhores, lá na minha terra há bons cantadores”. Provavelmente serão familiares para muitos e tão familiares, de tal forma popularmente adotadas, que já se diluem na chamada tradição. Um nome comum por trás delas: Arlindo de Carvalho. Um senhor que faleceu em 26 de Novembro passado, com uma história de vida merecedora do maior respeito.

Ora bem, o nosso PR, que ainda não se esqueceu dos tempos em que tinha a obrigação profissional de tudo comentar, publicou na página da Presidência um lamento pela morte de George Michael. Não me parece muito bem para a dignidade dessa página que concorra com uma “janela da saudade” mundana qualquer, independentemente dos méritos e deméritos do cantor em causa, nem que adote o estilo do “eu @aqui e @ali”, tipo simples página pessoal, registando inclusive a ginginha que se tomou algures em boa companhia.

Neste dilúvio de “apontamentos”, essa mesma página passou em branco o desaparecimento de Arlindo de Carvalho. Com o que ele significa para a cultura portuguesa isso parece-me uma falta de respeito e das grandes.

Senhor Presidente: acalme-se um pouco, coloque um mínimo de distância entre a sua ação e a espuma dos dias; enfim, ocupe o seu lugar, por favor.

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