01 outubro 2015

Já se terá visto uma guerra assim?

Segundo alguns especialistas, o que agora se chama “Estado Islâmico” tem na sua génese a resistência iraquiana à invasão americana e ao regime posteriormente instalado de influência xiita, que sempre foi ignorado e não reconhecido pelos sunitas. Se bem nos recordamos, os atentados suicidas e outras barbaridades nunca desapareceram do Iraque. A novidade estará agora na “imagem”, na forma cuidada e provocatória como eles divulgam e promovem as suas ações, supostamente com o objetivo de chamar os infleis ao terreno e os derrotarem como os talibãs fizeram no Afeganistão. A pobre Síria foi apanhada como um campo de batalha adicional, na sequência da contestação nascida na sua “primavera”, prontamente confiscada pelas potências regionais. Não faltam inimigos declarados ao EI, mas esta oposição é um pouco desalinhada.

A imagem acima, se bem que não atualizada, a situação é dinâmica, dá uma ideia de como o país está dividido e é disputado entre: o regime de Bashal Al Assad a vermelho; o EI, a preto; os “rebeldes” (principalmente o Al Qaeda local), a verde e os curdos a amarelo. As monarquias sunitas do golfo, mais de que contra o EI etsão contra o regime.

A Turquia é contra o regime e intervém militarmente, um pouco contra o EI e muito contra os curdos. O ocidente é moderadamente contra o regime, intervém principalmente contra o EI e até tenta/tentou ajudar uns “bons rebeldes”. O Irão apoia o regime e intervém contra o EI e um pouco contra os outros rebeldes. A Rússia é a favor do regime e, entrando agora na guerra, diz atacar o EI mas na prática está a atacar os rebeldes geograficamente mais próximos de Damasco (aquela ilha verde em Homs, entre Damasco e a costa).

Para o Irão e a Rússia, o futuro passa pela manutenção do regime, para as monarquias do golfo e a Turquia, passa pela sua deposição, o Ocidente não tem ideias claras… Dá para entender que isto não se resolverá amanhã e, entretanto, as bombas continuam a cair
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