No passado, na escola primária, falavam-nos tanto das glórias passadas, 500 anos atrás, que até chegávamos a questionar: mas de que serve isso hoje?!? Materialmente pode servir de pouco e não é muito construtivo caminharmos para a frente com a cabeça voltada para trás. No entanto, sabermos de onde vimos ajuda a saber quem somos e uma rica identidade é um factor valioso no presente. Vem isto a propósito de outro pormenor da história do meu país de que me orgulho muito.
“Está pois a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. (...) Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio. A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos”.
Esta saudação é do escritor francês Victor Hugo, que já no seu romance “ O último dia de um condenado” de 1829 fazia uma pungente interrogação do sentido da pena de morte e um veemente apelo à sua abolição.
A abolição para crimes civis em Portugal ocorreu em 1867. Hoje, efectivamente, toda a Europa seguiu o pequeno país, assim como quase todo o mundo. Dentro das excepções encontra-se inexplicavelmente um grande país e com grandes responsabilidades no concerto das nações chamado Estados Unidos da América. Infelizmente, para lá de não desistir de executar condenados, demonstram ainda não saber matar como aconteceu no passado dia 16/1, com a execução de Dennis McGuire no Ohio. Face à impossibilidade de obterem os químicos habituais por parte dos fabricantes europeus que se recusam a fornece-los para esse fim, resolveram experimentar uma nova combinação. Tanto quanto entendo, a execução química deve ter uma fase inicial de anestesia antes da fase letal, que não deve ser sentida pelo executado. Desta vez, e não é caso único, correu mal. O desgraçado demorou 24 minutos a morrer tendo estado mais de 10 a arfar e em convulsões, não se sabendo bem se morreu asfixiado, aterrorizado ou por outro motivo qualquer!
Dois séculos após o romance de Victor Hugo e 150 anos depois do exemplo do pequeno país, há ainda quem agonize não só psicologicamente mas também fisicamente às mãos de um estado de direito. “Shame on you! “
“Está pois a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. (...) Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio. A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos”.
Esta saudação é do escritor francês Victor Hugo, que já no seu romance “ O último dia de um condenado” de 1829 fazia uma pungente interrogação do sentido da pena de morte e um veemente apelo à sua abolição.
A abolição para crimes civis em Portugal ocorreu em 1867. Hoje, efectivamente, toda a Europa seguiu o pequeno país, assim como quase todo o mundo. Dentro das excepções encontra-se inexplicavelmente um grande país e com grandes responsabilidades no concerto das nações chamado Estados Unidos da América. Infelizmente, para lá de não desistir de executar condenados, demonstram ainda não saber matar como aconteceu no passado dia 16/1, com a execução de Dennis McGuire no Ohio. Face à impossibilidade de obterem os químicos habituais por parte dos fabricantes europeus que se recusam a fornece-los para esse fim, resolveram experimentar uma nova combinação. Tanto quanto entendo, a execução química deve ter uma fase inicial de anestesia antes da fase letal, que não deve ser sentida pelo executado. Desta vez, e não é caso único, correu mal. O desgraçado demorou 24 minutos a morrer tendo estado mais de 10 a arfar e em convulsões, não se sabendo bem se morreu asfixiado, aterrorizado ou por outro motivo qualquer!
Dois séculos após o romance de Victor Hugo e 150 anos depois do exemplo do pequeno país, há ainda quem agonize não só psicologicamente mas também fisicamente às mãos de um estado de direito. “Shame on you! “
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