Muito se tem comentado sobre os excessos da praxe a agora ainda mais depois da tragédia do Meco. Eu acho, que para lá dos excessos, há um problema sério de fundo, no princípio. “A praxe prepara-nos para a vida onde vamos encontrar chefes e regras”, dizem. Comecemos pelas regras. Elas devem existir quando há um propósito claro e têm uma finalidade útil. É importante estar definido que se circula na estrada pela direita. Agora, um conjunto complexo de regras delirantes sem sentido e sem utilidade que não seja, eventualmente, demonstrar o poder de quem as decreta, não ensina nada de positivo, muito pelo contrário. Depois, a parte dos chefes. Na vida real, correcta, as hierarquias são ocupadas por quem demonstra ter mérito e capacidade para o ser. Há uma zona muito negra quanto ao poder nas tais comissões da praxe, por muito pomposa que possa ser a sua designação oficial. Como funcionam? Foram um dia criadas, assumiram a liderança do processo e ao longo do tempo o testemunho foi sendo transmitido conforme regras internas, sabe-se lá quais… Daí que se possa e deva questionar qual a legitimidade e a representatividade destas comissões para imporem regras aos demais. Vamos lá a ver friamente: um grupo que se estabelece dentro de uma comunidade, com organização interna fechada e que subjuga o resto da comunidade a regras arbitrárias, humilhantes e mesmo agressivas, não se enquadra num cenário de “tradição” e muito menos “académica”. Está mais próximo de um gangue de bairro!
E, para acabar, meninos: fazer caixinha para ninguém dizer quem atirou o avião de papel nas costas do professor é uma coisa; prejudicar deliberadamente a investigação da morte de 6 colegas não é solidariedade de grupo: além de vergonhoso é, para todos os efeitos, criminoso.
E, para acabar, meninos: fazer caixinha para ninguém dizer quem atirou o avião de papel nas costas do professor é uma coisa; prejudicar deliberadamente a investigação da morte de 6 colegas não é solidariedade de grupo: além de vergonhoso é, para todos os efeitos, criminoso.
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