A China colocou à disposição da República Democrática do Congo um pacote de 5 biliões de dólares para desenvolvimento de infra-estruturas. Não é caso único mas em termos percentuais é enorme. Trata-se de um valor da ordem de grandeza do PIB do país! E esta oferta surge no momento em que a RDC tenta arduamente renegociar a sua dívida com o Banco Mundial e com o FMI.
Como muitos outros países africanos, a RDC necessita desesperadamente de financiamento externo e agora tem duas opções. Ou esta opção chinesa em que muito provavelmente as obras serão realizadas por empresas chinesas e em que, para lá disso, a China ficará com um acesso prioritário aos vastíssimos recursos naturais do país, ou um financiamento ocidental.
Os financiamentos ocidentais são complicados. Pelas suas normas internas e pela pressão da opinião pública, eles querem mesmo saber como o dinheiro é gasto, interferem e dão palpites, muitas vezes críticos, quanto à governação do país e por aí fora. Parece que com os chineses não há esse tipo de “problemas”.
Além dessa opção do lado africano, há também uma opção a fazer do lado ocidental. Como jogar este jogo? É verdade que o registo dos negócios ocidentais por aqueles bandas não é assim tão transparente, mas também é verdade que é possível ver altos responsáveis da Total responderem numa barra de tribunal em Paris.
Ou o Ocidente joga jogo igual, impunemente de preferência, ou deixa o jogo ser jogado por outros, com tudo o que isso implica. Ou, então, escolhe outras armas. A estratégia de produzir bens de equipamento de tecnologia avançada simplesmente onde for mais barato e com eventual transferência de conhecimento para abrir a porta aos negócios deveria ter os seus dias contados. E essa não é uma opção económica, é política. Na dúvida, pode sempre ver-se como os americanos protegerem ciosamente a aplicação da sua tecnologia durante a guerra fria. Outros tempos? Outras ameaças?
Como muitos outros países africanos, a RDC necessita desesperadamente de financiamento externo e agora tem duas opções. Ou esta opção chinesa em que muito provavelmente as obras serão realizadas por empresas chinesas e em que, para lá disso, a China ficará com um acesso prioritário aos vastíssimos recursos naturais do país, ou um financiamento ocidental.
Os financiamentos ocidentais são complicados. Pelas suas normas internas e pela pressão da opinião pública, eles querem mesmo saber como o dinheiro é gasto, interferem e dão palpites, muitas vezes críticos, quanto à governação do país e por aí fora. Parece que com os chineses não há esse tipo de “problemas”.
Além dessa opção do lado africano, há também uma opção a fazer do lado ocidental. Como jogar este jogo? É verdade que o registo dos negócios ocidentais por aqueles bandas não é assim tão transparente, mas também é verdade que é possível ver altos responsáveis da Total responderem numa barra de tribunal em Paris.
Ou o Ocidente joga jogo igual, impunemente de preferência, ou deixa o jogo ser jogado por outros, com tudo o que isso implica. Ou, então, escolhe outras armas. A estratégia de produzir bens de equipamento de tecnologia avançada simplesmente onde for mais barato e com eventual transferência de conhecimento para abrir a porta aos negócios deveria ter os seus dias contados. E essa não é uma opção económica, é política. Na dúvida, pode sempre ver-se como os americanos protegerem ciosamente a aplicação da sua tecnologia durante a guerra fria. Outros tempos? Outras ameaças?
1 comentário:
Já não faltará muito para a China se tornar na maior potência mundial, com grande vantagem sobre as restantes...
Têm tecnologia absorvida dos 4 cantos do planeta, mão-de-obra interminável com a usual produtividade asiática, dinheiro para investir e, talvez o mais importante, visão a longo prazo.
Depois de lhes começarem a fechar as portas na América e na Europa, viram-se para o continente que estava abandonado e que, ironicamente, será talvez o continente mais rico em recursos naturais.
E assim se faz gestão, sem guerras para camuflar empurrões à economia, ou roubar, à força, os recursos alheios.
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