Guerra de civilizações? Não compro, não compro, não compro! Conheço vários muçulmanos e nenhum deles minimamente interessado em declarar guerra ao Ocidente. A maior parte quer viver dignamente e até nem se importaria de ter no seu país um quadro social igual ao do Ocidente. Da mesma forma como conheço vários alemães que não são neo-nazis.
Quando alguns inteligentes declaram uma guerra de civilizações face ao que se passa no médio Oriente, demonstram uma generalização abusiva, fruto de ignorância e de consequências perigosas. Terão amigos muçulmanos? Já alguma vez terão conversado com alguém do lado de lá, ou estarão a ver e a julgar o mundo somente a partir do adro da sua paróquia??
O Irão querer ter uma arma nuclear é perigosíssimo, obviamente. Agora, que o Irão e a Síria manipulem a sua opinião pública para evitar um Iraque bis, é expectável. As reacções aos famosos cartoons são injustificadas e desproporcionadas. Mas, será que já nos esquecemos dos casos nas prisões americanas no Irão e em Guantanamo em que, para pressionar os prisioneiros, valeu tudo, incluindo chocá-los com abusos sobre as suas referências religiosas? Se, depois disto, o “Zé da rua” em Teerão está susceptível e facilmente manipulável, não será assim tanto de estranhar, pois não?
Do que não precisamos seguramente é de relançar um espírito de cruzada e de afrontamento cultural redutor. Isso é jogar o jogo, perigoso, dos fundamentalistas. Deveríamos passar.
Quando alguns inteligentes declaram uma guerra de civilizações face ao que se passa no médio Oriente, demonstram uma generalização abusiva, fruto de ignorância e de consequências perigosas. Terão amigos muçulmanos? Já alguma vez terão conversado com alguém do lado de lá, ou estarão a ver e a julgar o mundo somente a partir do adro da sua paróquia??
O Irão querer ter uma arma nuclear é perigosíssimo, obviamente. Agora, que o Irão e a Síria manipulem a sua opinião pública para evitar um Iraque bis, é expectável. As reacções aos famosos cartoons são injustificadas e desproporcionadas. Mas, será que já nos esquecemos dos casos nas prisões americanas no Irão e em Guantanamo em que, para pressionar os prisioneiros, valeu tudo, incluindo chocá-los com abusos sobre as suas referências religiosas? Se, depois disto, o “Zé da rua” em Teerão está susceptível e facilmente manipulável, não será assim tanto de estranhar, pois não?
Do que não precisamos seguramente é de relançar um espírito de cruzada e de afrontamento cultural redutor. Isso é jogar o jogo, perigoso, dos fundamentalistas. Deveríamos passar.
2 comentários:
Assino por cima, ao lado e em baixo. Tens toda a razão, há uma manipulação intencional que pode ser perigosa de mais.
O respeito pelos outros, anda pelas ruas da amargura.
betania (nickname)
Ainda bem que foi uma das cartas escolhidas para ser publicado no "Publico" de hoje (11/05/2006). Gostei de ler aqui e de reler lá. Assunto que daria "pano para mangas" mas, mais uma vez, muito bem "costurado" nestas bandas.
RS
Enviar um comentário