26 março 2006

Em que a distância nos traga perto



Vamos imaginar que é uma despedida… Na despedida tudo se tolera, porque sobre os excessos e a verdade em breve um pano correrá e o desconforto encerrará.

Vamos imaginar que depois da despedida, os excessos e a verdade se vão misturar com uma nostalgia por inaugurar e em que não vale a pena ninguém se zangar.

Tenho-me fartado de imaginar, re-despedidas reinventar. Tenho camuflado a lógica de pensar, o excesso que na verdade se arrasta e a distância que a presença traz.

Tenho aumentado e desenvolvido a falsidade que a normalidade dá. Tenho sonhado, parado e retomado a imagem de uma despedida com ou sem verdade, o desejo de baralhar e tornar a dar, um botão de "reset" pressionar.

Tenho-me convencido, em contra-mim, que tanto excesso não pode ser verdade. Tenho sobretudo me esforçado em não me despedir da delicadeza que, teimoso, insisto em colocar no gosto incerto de cada amanhã.

2 comentários:

Anónimo disse...

Conheço o texto faz tempo... e a fotografia há algumas horas... e, parecendo que não, os dois factos... juntos... fazem uma diferença enorme!!
O voto que o título encerra (tenha ele o alcance e os destinatários que tiver) é o que faço para nós, também.

MM

Anónimo disse...

Os deuses devem estar loucos
Quando querem castigar-nos concedem-nos o que desejamos. De vez em quando aborrecem-se. E depois, para se distrairem, dao-nos aquilo que queriamos tanto que nem ousavamos pedir. No principio, e mais para teste.. Mas as vezes desejamos. Se a questao se resolve desta maneira, os deuses decidem entao divertir-se. Continuam a oferecer-nos aquilo que queremos mas com certas condicoes. Isto e, algumas provas a superar. E entao nos, que nao queremos ver o vazio, fechamos os olhos, largamos tudo e saltamos...

Teresa