Quando, há cerca de 12 anos, peguei em armas e bagagens para me instalar na Bélgica, para uma “comissão de serviço”de uns anos, esse país tinha, para mim, dois “B”s associados: Bruxelas e Brel.
Tendo-me instalado num meio principalmente flamengo, desde logo me surpreenderam algumas respostas à minha curiosidade sobre o significado de Brel para eles. Respostas evasivas. “Sim... Brel... pois... acho até que temos lá em casa um disco dele”. Não conseguia entender como, para a dimensão de Brel e o seu impacto na cultura do país, se podia falar dele como se de alguém datado, que tivesse tido um sucesso numa dada altura, e de quem ficou um álbum no armário.
Polémico sim, de gostar ou de detestar, ou, quando muito, de desconhecer... mas nunca de referir superficialmente. Posteriormente aprendi que a separação, sem coragem para divórcio consumado, entre Brel e alguns flamengos, se deveu ao corrosivo “Les Flamingants, chanson comique” do “Les Marquises”. Depois da anterior brincadeira sobre uma certa “limitação de vistas” do “Les Flamandes”, Brel não teve meias-palavras para arrasar um espírito mesquinho e hipócrita daqueles que eram “nazis durante as guerras e muito católicos no intervalo delas”.
A resposta a esta provocação foi o tema ter sido censurado pela rádio pública flamenga e, muitos flamengos, terem escondido os álbuns lá para a parte de trás do armário... sem coragem para os deitar fora, nem para manifestar frontalmente o seu desagrado.
Provaram que Brel tinha razão.
Tendo-me instalado num meio principalmente flamengo, desde logo me surpreenderam algumas respostas à minha curiosidade sobre o significado de Brel para eles. Respostas evasivas. “Sim... Brel... pois... acho até que temos lá em casa um disco dele”. Não conseguia entender como, para a dimensão de Brel e o seu impacto na cultura do país, se podia falar dele como se de alguém datado, que tivesse tido um sucesso numa dada altura, e de quem ficou um álbum no armário.
Polémico sim, de gostar ou de detestar, ou, quando muito, de desconhecer... mas nunca de referir superficialmente. Posteriormente aprendi que a separação, sem coragem para divórcio consumado, entre Brel e alguns flamengos, se deveu ao corrosivo “Les Flamingants, chanson comique” do “Les Marquises”. Depois da anterior brincadeira sobre uma certa “limitação de vistas” do “Les Flamandes”, Brel não teve meias-palavras para arrasar um espírito mesquinho e hipócrita daqueles que eram “nazis durante as guerras e muito católicos no intervalo delas”.
A resposta a esta provocação foi o tema ter sido censurado pela rádio pública flamenga e, muitos flamengos, terem escondido os álbuns lá para a parte de trás do armário... sem coragem para os deitar fora, nem para manifestar frontalmente o seu desagrado.
Provaram que Brel tinha razão.
3 comentários:
conta mais histórias de Brel! :-))
Gostei!...e ñ foi só por falar de Brel...
Não, Mónica. Acho que não vale a pena contar mais histórias. Quem gosta que ouça a obra e aprecie.
Mas.... não deixo de acrescentar...
Tenho um K7 editada pela RTBF (Radiotelevisão Belga Francofona)em que alternam filmagens da sua actuação com aquela dimensão cénica enorme, com pequenas entrevistas. E, está lá a vida dele e a nossa.
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